• Carregando...
 |
| Foto:

Matéria do Jornal do SBT do dia 10 deste mês nos leva a crer que piadas que falam da dificuldade do paciente para saber onde colocar o supositório pode ser mais comum do que muitos imaginam. Tudo vai depender da linguagem usada pelo médico.

O telejornal mostrou um estudo realizado por médicos do Hospital de Clínicas de São Paulo que constatou uma situação que não tem graça nenhuma: 25% dos pacientes que procuram a instituição têm enorme dificuldade de entender comandos aparentemente cristalinos, como este: "Tomar o medicamento diariamente durante uma semana". Muitas pessoas não sabem o que significa "diariamente"; outras têm dúvida sobre a duração deste "durante a semana". Sábado e domingo contam?

Moral da história: há casos e mais casos de pessoas que entram no consultório com uma simples dor de ouvido e de lá saem surdas, para o que o médico disse, e cegas, para o que escreveu.

A garranchografia (aquele monte de riscos esotéricos decifrados apenas por farmacêuticos mais esotéricos ainda) também é um obstáculo, segundo o estudo. Mas nem mesmo o uso de letras garrafais é garantia de que parcela significativa de homens e mulheres com baixo grau de letramento vá tomar o medicamento correto corretamente. Ou tomar corretamente o remédio correto.

Dado o número absurdo de analfabetos funcionais de nosso país (essa é a categoria usada pelos pesquisadores) e considerando que uma medicação errada pode ser fatal, o quadro apresentado sugere que muitos médicos precisam investir mais na comunicação: têm de aprender a escrever e a falar de forma mais acessível. Caso contrário, piadas como aquelas do supositório tendem a se multiplicar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]