Nas últimas colunas, falei das principais mudanças na nossa ortografia, as quais poderão ser postas em prática já em 1º de janeiro de 2009. A partir dessa data, teremos quatro anos durante os quais a nova e a velha ortografia conviverão pacificamente. No dia 1º de janeiro de 2013, essa relação cordial desaparece, e a "jibóia" acentuada será definitivamente extinta em favor da "jiboia" sem acento.
Hoje atendo pedido de leitores e faço uma síntese das mudanças mais significativas. Por se tratar dos tópicos mais relevantes, volto ao hífen e à acentuação.
Uso do hífen. Vejamos três orientações bem importantes: duas sobre quando não usamos e uma quando empregamos o hífen. 1) Não usamos hífen quando o prefixo termina por vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente: autoescola e contraindicação. 2) Não usamos hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por "r" ou "s": contrarregra e antisséptico. Como se percebe, nesse caso devemos dobrar as consoantes para "rr" e "ss". 3) Empregamos o hífen nos casos em que o prefixo termina pela mesma vogal com que começa o segundo elemento: semi-interno e micro-onda.
Acentuação. Trata-se, seguramente, do item que mais apresenta mudanças. Guardemos as mais importantes. 1) Cai o acento dos ditongos abertos "éi" e "ói" das palavras paroxítonas: assembleia e paranoico. 2) Cai o acento circunflexo nas palavras com duplo "o" e nas formas verbais com duplo "e": voo, perdoo, creem e leem. 3) É suprimido o acento diferencial de "pára" (verbo), "pêlo" (substantivo), pêra (substantivo), péla (verbo) e pólo (substantivo). 4) Desaparece o trema nas palavras portuguesas ou aportuguesadas: tranquilo e linguiça.
É isso. Os demais casos, as exceções e o etc. vamos pegando aos poucos. Quem não aprender tudo não se apresse: daqui a uns cinqüenta anos provavelmente teremos outra reforma.
Adilson Alves é professor.



