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  • Marcos Jorge, diretor de Estômago: charme da decadência

Numa iniciativa que pode aproximar as famílias dos parentes que se foram, o Crematório Vaticano, de Curitiba, criou a opção de utilizar parte das cinzas da cremação em obras de arte, como quadros e esculturas (foto). Os primeiros resultados serão apresentados amanhã, Dia de Finados, em exposição com a presença de artistas e familiares. O resultado de algumas dessas peças pode ser visto no endereço http://bit.ly/30gyEYConversa afiadaNa boca do Estômago

Um dos "pontos turísticos" do Centro Velho, o "Penseonato" da Rua Pedro Ivo, 434, pegou fogo há nove dias. Erguido na década de 30, o local era utilizado para encontros ligeiros e como cortiço. Há dois anos, ganhou notoriedade ao servir de locação para o filme Estômago, do curitibano Marcos Jorge. A obra ganhou 16 prêmios, 8 deles internacionais. O cineasta falou com a Gazeta.

Por que o "penseonato" virou cenário do filme?

Olhei as fotos do hotel, gostei e quis ver ao vivo. Duas coisas me convenceram no ato: a fachada, com sua grafia particular, e o corredor, exatamente como eu o imaginara ao escrever a cena. É um espaço decadente, mas serviu para mostrar onde os pobres encontram seu espaço privado.

Como foram os bastidores de filmagem?

Posso contar pouca coisa. Rodamos lá cenas difíceis e o fizemos com o "penseonato" funcionando. Mesmo assim, fomos respeitados pelos moradores e clientes.

A Curitiba velha vai abaixo. Você tem medo de, daqui a pouco, não encontrar mais lugares como o "penseonato"?

O local tem seu charme. Sempre achei que se a cidade fosse um corpo, a "boca do lixo" seria seu estômago. Curitiba em geral, e especialmente a decadente, é muito fotogênica.

Lixo reciclável

Os funcionários que recolhem o "lixo que não é lixo" devem ser todos especialistas em materiais, tanto que não precisam nem olhar dentro de caixas ou sacos plásticos para decidir que aquilo "não é lixo reciclável". Uma dona de casa notou que sempre ficava alguma coisa para trás e ficou esperando no portão até o caminhão passar. Não deu outra: o rapaz recolheu um pacote e deixou o outro, sem sequer apalpá-lo. E o problema é que os catadores avulsos só pegam aquilo que interessa. Fazer o quê?

DVDs e perfumes

Será que a fiscalização da prefeitura antecipou o feriadão? Na sexta-feira era possível ver em várias esquinas do centro, tanto pela manhã quanto à tarde, grupos de vendedores de DVDs piratas e de perfumes de igual procedência. Os DVDs eram vendidos à base de quatro por 10 reais, incluindo discos com jogos de Playstation II. O preço dos perfumes "depende da fragrância", alegou um vendedor.

Produto roubado

Em várias lanchonetes do centro de Curitiba funciona um comércio paralelo cada vez mais forte. Quem está fazendo lanche é abordado por pessoas que circulam e falam rapidamente, oferecendo produtos roubados nas redondezas. Roupas, tênis e até eletroeletrônicos trocam de mãos por preços no mínimo 50% mais baratos que os das lojas de onde foram retirados. E tudo à luz do dia.

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