| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Luiz Arthur Montes Ribeiro: ativismo cultural em Itapoá

Quem passa pelo calçadão da XV (foto ao lado) vê decorados tapumes cobrindo o famoso bondinho, que passa por reformas. O curitibano, escaldado pelo que aconteceu na Rua 24 Horas, onde os tapumes foram ficando, e ficando, e ficando, espera que, nesse caso, a reforma seja mesmo concluída. Afinal, o bondinho é um ponto turístico de Curi­­tiba. Por enquanto, o tapume tem servido de escora para cabos eleitorais dos mais variados candidatos. Gente que vive nos arredores comenta que às vezes o silêncio do local assusta.

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Conversa afiada (foto 1)

Um peixe elétrico

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O multitalentoso ponta-grossense Luiz Arthur Montes Ribeiro, 50 anos, é artista plástico, escritor, pesquisador de trânsito, gourmet e ativista cultural – para dizer algumas coisas. Viver em Curitiba lhe era sob medida. Mas há quatro anos ele trocou o agito da capital pela pacata Itapoá, em Santa Catarina. Pelo que sabe, a vida dos 11 mil habitantes não foi mais a mesma.

Por que Itapoá?

Sempre sonhei viver na praia e aqui é um lugar da minha infância. Tenho muito a fazer em Barra do Saí, a praia onde vivo. Vou abrir uma pousada, um bistrô, um pub, uma galeria de arte...

Tem público?

Ora se não. Faço parte da Academia de Letras de Itapoá e dou uma mão ao Instituto Pró-Itapoá, na era de educação e cultura. Não podemos esquecer que a população flutuante é de 300 mil pessoas. Serviço não falta.

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É possível ser artista num local deslocado?

A internet permite isso. Passos os dias num município que nem semáforo tem, passeio na praia todos os dias e ao mesmo tempo posso dialogar com artistas em qualquer canto do país. É uma vantagem do nosso tempo.

Conseguiu desligar a eletricidade?

(risos) Trouxe a eletricidade para cá. Abri uma exposição em Florianópolis e estou participando de uma coletânea – Santa Catarina, meu amor. Começo sempre às 6 horas. Estou à beira-mar, mas a todo vapor.

Calor reincidente

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Quem está dizendo que o calor desta semana foi o maior de todos tempos para agosto não está lembrado dos idos de 1995. Naquele fim de inverno, também fez calor de assustar turista. Um grupo de matemáticos organizou um evento e avisou no folder: a média da temperatura para a época é de 14 graus. Fez 33. Correram todos para as lojas em busca de bermudas.

Cena do interior

No zumzum do centro de Curitiba, uma cena fez lembrar o que uma cidade pequena ou um bairro afastado tem de bom a oferecer. Ao redor de um carro de pipoqueiro, duas crianças e uma jovem brincavam de pega-pega, em plena Lourenço Pinto. Os gritos de alegria evocavam uma tarde mais lenta e tranquila.

Não deve ter reparado

Leitor conta que, dias desses, saiu de casa de manhã e ficou impressionado com a quantidade de moradores de rua dormindo sob marquises, enrolados em cobertores ou simplesmente sobre papelões, na região central de Curitiba. Ele diz que observou principalmente a região da Rua Vicente Machado e da Praça Rui Barbosa. "Não existe mais a FAS?", pergunta o cidadão, que certamente não tem observado as ruas há mais tempo, porque o problema vem aumentando há um bom tempo.

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"Cada ser humano tem seu tribunal particular e que diuturnamente o julga: a consciência."

João Darcy Ruggeri, advogado e escritor paranaense