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 | Reprodução/ Henry Milleo/ GP
| Foto: Reprodução/ Henry Milleo/ GP

Uma campanha – ainda informal – está se desenhando nos corredores da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Há quem defenda que o prédio da Rede Ferroviária Federal doado à UFPR, o "Teixeira Soares", que fica na altura da Ponte Preta, no Rebouças, seja rebatizado como Edifício Enedina Alves Marques. A curitibana Enedina é a primeira engenheira negra formada no Brasil, na década de 1940, o que a tornou um objeto de culto quase secreto nos bastidores do movimento afro e nos grupos de gênero. Seu centenário de nascimento foi comemorado em janeiro deste ano, sem muito alarde, e com certa injustiça. Homenageá-la no Câmpus Rebouças seria uma forma de reparar sua memória e manter viva sua contribuição à economia do estado.

Biografia

A biografia da engenheira é marcante. Filha de uma lavadeira, e criada sem pai, teria vencido nos estudos graças também ao mecenato de um negro rico, de nome Domingos Nascimento, e das famílias para as quais trabalhou como empregada e babá – os Caron e os Heibel. Suspeita-se que foi contemporânea de Helena Kolody no Instituto de Educação do Paraná. Trabalhou como professora nas roças. Em seguida, chegou ao curso de Engenharia Civil – onde havia concentração de 100% de homens e brancos. Sua presença ali soava estranha. Formou-se a duras penas – fala-se em perseguição acadêmica –, aos 31 anos, tornando-se uma respeitável funcionária do setor público, bem-sucedida, conhecida pela elegância das peles e perucas que usava.

Resumo da ópera

Enedina morreu em 1981, aos 68 anos. Ganhou perfil biográfico de Ildefonso Puppi. Fazem parte do rol dos pesquisadores da engenheira os historiadores Sandro Luís Fernandes e Jorge Santana, e o cineasta Paulo Munhoz, que com Sandro prepara um documentário sobre Enedina. Este mês, passou a batizar um CMEI em Pinhais. Tem o nome inscrito no Memorial à Mulher Pioneira, das soroptimistas, grupo do qual fazia parte. Batiza o Instituto Mulheres Negras, de Maringá; e seu túmulo é mantido pelo Instituto de Engenheiros do Paraná. Ter o nome na fachada da UFPR seria um belo resumo da ópera.

Mulheres brasileiras

Por falar em estudos de gênero, a antropóloga, professora e pesquisadora da UFRJ Mirian Goldenberg estará em Curitiba nesta semana para falar sobre "Os caminhos da felicidade: os desejos e medos das mulheres brasileiras". A palestra, promovida pelo Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR), será no dia 26 de março, quarta-feira, um café da manhã das 7h45 às 9h30. Em seguida Mirian participará de uma sessão de autógrafos. Doutora em antropologia social, ela é autora de obras como Homem não chora. Mulher não ri; Por que homens e mulheres traem?; e Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade. A participação no encontro é gratuita, mas deve ser confirmada até hoje pelo telefone (41) 3311-5554 ou e-mail eventos@crapr.org.br. As vagas são limitadas.

Encontro felino

Apaixonados por gatos não podem perder o primeiro grande evento felino do Paraná, que acontece nos dias 5 e 6 de abril na Sociedade Morgenau, em Curitiba. Realizado pelo Clube do Gato do Paraná, em parceria com a PremieR pet, o evento reunirá 90 gatos de 13 diferentes raças, incluindo o Maine Coon (conhecido como gato gigante), Persa, Exótico e British Shorthair (que inspirou o gato de Alice no País das Maravilhas). Os interessados poderão ter contato direto com criadores e obter informações sobre o comportamento e os cuidado com esses animais. O ingresso é um pacote de alimento para gatos. Endereço: Av. Souza Naves, 945, no Cristo Rei.

24 quadros por segundo

"Não há nenhum conforto, nem acima nem abaixo, apenas nós, pequenos, solitários, brigando uns com os outros. Eu rezo para mim mesmo e por mim mesmo."

A frase foi dita pelo personagem Frank Underwood, protagonista da série House of Cards.

Colaborou: José Carlos Fernandes

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