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 | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Os comerciantes instalados nas dependências do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, no Centro de Curitiba, devem deixar o local até 10 de maio. De acordo com Dirceu de Matos, cura do santuário, a solicitação foi feita pelo padre Reginaldo Manzotti logo que assumiu a paróquia. Os comerciantes se instalaram no local há 20 anos e a renda da locação dos espaços ajudava a manter a igreja. "O padre pediu o local porque o santuário está sem espaço para realizar as atividades. Ele fez a solicitação há cerca de oito anos, quando os contratos de locação começaram a vencer. O processo demorou porque os comerciantes entraram com liminares e foram ganhando tempo", explica Matos. No local serão construídas salas de catequese, uma gruta e um batistério.

"Não há mágoas"

Alguns comerciantes já começaram a deixar o local. Todos vão se mudar para salas comerciais nas proximidades. Segundo Sérgio Grigolli, proprietário de uma relojoaria que funciona ali há 20 anos, não há mágoa com a atitude do padre Reginaldo. Grigolli foi o primeiro a ocupar o espaço, na época em que a paróquia estava sob o comando do padre Paulo Iubel. "Isso aqui não era nada, só havia muita sujeira feita pelos moradores de rua. Pedi para o padre [Paulo] me deixar reformar tudo e alugar para que gerasse uma renda para a igreja e fosse bom para mim, que ia me instalar num local bom de vender", relata.

Fora dos trilhos

As rodoviárias e os aeroportos podem ter substituído as estações de trem, mas as composições ainda provocam fascínio por onde passam. Uma das coisas legais do passeio turístico sobre trilhos entre Curitiba e Morretes é observar a reação calorosa de quem está do lado de fora: muita gente acena para os passageiros ao longo do caminho, o que ameniza aquela ideia de frieza associada ao curitibano. Mas nem tudo são flores. Logo que o trem sai da Rodoferroviária, os turistas se deparam com a triste Curitiba escondida sob o Viaduto Capanema, onde várias pessoas usam drogas e passam o dia e a noite.

"Encoxadores"

A página da Gazeta no Facebook recebeu os mais diferentes comentários sobre a nota de ontem a respeito de homens que se aproveitam de mulheres no transporte público de Curitiba. O leitor Alexs Stadnik disse que "dá até medo de andar num ligeirinho lotado, encostar numa mulher, e ser acusado de ‘encoxador’." Já a leitora Marielly Daniel Olavarría lembrou que há uma diferença muito clara entre encostar-se e esfregar-se propositalmente numa passageira. "Claro que é inevitável encostar em alguém em um ônibus lotado, principalmente em horário de pico, só que tem uns caras que aproveitam. Já passei por uma situação dessas. Eu me esquivava e o cara continuava. Só parou quando eu dei tipo um ‘coice’ na perna."

Racismo

A coluna recebeu nesta semana um artigo escrito pelo professor de Filosofia Evandro Pegoraro para expressar sua indignação com uma brincadeira racista feita dia desses no Facebook. Conforme mostramos, membro de uma página que negocia produtos e serviços postou foto de um homem negro acorrentado, com a seguinte legenda: "Vendo baratinho. É que perdi meu chicote e não consigo mais dar ordens. R$ 150." Segundo Pegoraro, "o fato é que há quem goste de brincar com um período abominável da nossa nação e que ainda possui seus respingos por aí". Ele ressalta que a sociedade ainda não conseguiu integrar brancos e negros, apesar de leis que buscam amenizar um erro histórico. E lembra uma frase de Jean-Jacques Rousseau: "As leis contêm os homens sem mudá-los".

Colaborou: Jaqueline Ribeiro

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