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 | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Olhos para o alto

O professor José Luiz Ungaretti da Silva, fundador e diretor do Observatório Astronômico do Colégio Estadual do Paraná, informa que neste ano haverá quatro eclipses, dois do Sol (que não serão visíveis no Brasil) e dois da Lua. Um dos eclipses da Lua poderá ser observado na madrugada do dia 15 de abril, a partir das 2 horas. Para quem gosta de acompanhar os fenômenos celestes, ele já avisa: será um eclipse total.

Há duas semanas, a Gazeta do Povo publicou uma crônica sobre a "Banca do Bem", nome da banquinha de revistas e jornais de um dos mais tradicionais jornaleiros de Curitiba, o comerciante Gregório De Bem, 62 anos. A família de Bem está no ramo de impressos desde 1968, a princípio na Praça Tiradentes e a partir de 2004 numa esquina da Rua Itupava com a Ciclovia do Hugo Lange. Gregório, que é jornalista de formação, fez de seu pequeno espaço algo para além de um balcão de compra e venda. Os fregueses encontram algumas mesas e cadeiras em volta da banquinha e param ali para conversar – pelo menos duas vezes por dia. A confraria informal reúne, fixos, 25 leitores, podendo atingir o dobro disso. O assunto das rodas oscila entre a manchete do dia, problemas do bairro e amenidades ditas por amigos. Escrito para destacar as redes urbanas e a busca por locais de conversa, o texto da Gazeta acabou tendo um efeito contrário.

Notificação

A Urbs, órgão municipal que administra equipamentos como as bancas, notificou o proprietário. Mesas e cadeiras externas – usadas por bares, como se sabe – foram recolhidas sob o argumento de que a concessão só inclui os metros quadrados do quiosque, não podendo se estender da porta para fora. De Bem foi apanhado de surpresa. Há dez anos seu comércio é conhecido por abrigar também uma comunidade de leitores. No dia de publicação, o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, ligou para o proprietário, elogiando a iniciativa. De Bem e a Urbs estão em vias de um acordo. Mesmo assim, confrades, ansiosos, pedem a volta da "pracinha". À beira de um manifesto, apelaram até para as famílias ilustres da região, como os Fontana, pedindo um obséquio.

Cidade mais humana

De Bem está confiante. Ao se defender, lembrou à Urbs não só a tradição da banca, mas que ela funciona como espaço de segurança. Nem uma nem duas vezes idosos com problemas se sentaram ali, à espera de socorro. E se por acaso alguém vê algum perigo nas cadeiras para fora, deve-se lembrar de que rente à ciclovia passa o trem, dividindo cada palmo com a "Itupava" sempre congestionada. Os corredores da ciclovia e os leitores de Gregório devolvem a escala humana a um lugar que parecia condenado a ser um corredor cinzento e sem graça.

Dividida em três

Quem quiser seguir em linha reta pela Rua Raggi Izar, que liga os bairros Boqueirão e Hauer entre a Rua Coronel Luiz José dos Santos e a Linha Verde, pode se surpreender ao longo de seus quase dois quilômetros. Ela é repartida em três trechos, mas mantém o mesmo nome. A numeração da via começa na Linha Verde e ali ela só dura uma quadra: a próxima é ocupada por uma distribuidora – que hoje parece abandonada. Depois, a rua segue mais 500 metros até chegar ao Bosque Renhard Maack, onde não existe por mais 350 metros. Segue então por 1,2 quilômetro até a Rua Coronel Luiz José dos Santos.

Esclarecimento

A Secretaria Municipal de Urbanismo confirma que não existe previsão de passagem da Rua Raggi Izar pelo local onde funciona a distribuidora. Também ressalta que a via não foi fechada pela empresa, que detém a posse do terreno.

Colaboraram: José Carlos Fernandes e João Pedro Schonarth

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