É triste, mas...

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Bem, como todo mundo sabe, nossos vizinhos argentinos – só no meu prédio são três famílias – foram eliminados. Aí, diante de tanta comemoração "brasileña", meu xará de sobrenome, o Paulo Camargo, indaga sobre a causa dessa cruel rivalidade entre nós e eles. Felizmente, restrita ao terreno futebolístico.

A origem é a mesma, suponho, das piadas, comentários maldosos e da mágoa recolhida que ainda pontuam as referências a Campinas e Pelotas.

Elas foram – e continuam sendo – pólos de cultura desenvolvida. Na época de um Brasil ainda litorâneo, não industrial, parte da população sentia tremenda dor-de-cotovelo dos feitos de Campinas e Pelotas, principalmente na área do ensino.

Em relação à Argentina, dá-se (epa!) o mesmo, com as devidas proporções, é claro, mas o ponto de partida é o mesmo. Afinal, Buenos Aires já foi considerada pelos europeus e norte-americanos, décadas e décadas atrás, a capital da América do Sul. Não era apenas um erro de "geografia".

Antes da Argentina, o Uruguai também cutucava e feria indiretamente os nossos brios. Vejam os senhores que o Uruguai foi chamado, por bom tempo, de Suíça latino-americana.

No caso dos hermanos, a resposta deles às provocações sempre foi imediata. E quase sempre em alto estilo. A exceção é nos chamar de "macaquitos", embora isso não devesse nos afetar nunca, nunca mesmo, posto que o apelido está calcado no fato da presença negra no Brasil. Somos uma mescla de negros, índios, portugueses e outros colonizadores. A síntese é Macunaíma. Com muito orgulho.

Mas, entre os belos exemplos argentinos de reação a nossas brincadeiras, está a piada imbatível (que eles, às vezes parece, contam meio que acreditando na estória):

- Deus não é argentino. Mas tem escritório em Buenos Aires.

No mais, o jeito é vencer hoje. Vencer a França e, melhor ainda, toda a torcida contrária de los gringos.

Qual Brasil?

E agora, sem mais delongas, como se dizia antigamente, passemos a bola para o nosso comentarista realmente abalizado – Flávio de Jesus Stege Júnior, direto do Luzitano:

* O jogo entre Brasil e França será a revanche para alguns e apenas mais um jogo decisivo para outros. Qual Brasil que entrará em campo?

Será aquele que jogou bola contra o Japão, ou aquele que praticou o futebol de resultado contra Gana, que valeu mas não convenceu a torcida ainda?

Ninguém sabe, talvez nem o próprio Parreira o saiba. Mas, e a França?

Ela se classificou no sufoco para as oitavas, respirou, derrotou a Espanha, mas ainda não se achou.

Quem sabe acabe sendo agora a hora de Ronaldinho Gaúcho mostrar a camisa.

Beronhadas

* Duas queixas do Beronha. Se Suíça x Ucrânia foi o pior jogo de se ver na Copa, imagine acompanhá-lo no radinho de pilha...

* Sem o mexicano Torrado, só restou torcer pelo Grosso.