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Sugestão: vá a São Paulo no fim de semana. Duas atividades movimentam a programação cultural da mostra científica Albert Einstein, no Ibirapuera. Amanhã, Roberto Martins, físico e professor da Unicamp, fala sobre "O tempo no Universo". No domingo, Carlos Alberto dos Santos, físico e professor emérito da UFRGS, abordará "A preparação de Einstein para o seu ano miraculoso".

A iniciativa é da revista Pesquisa Fapesp e do Instituto Sangari. Em linguagem a mais simples e acessível possível, como gostaria o próprio Einstein, físicos e especialistas de outras áreas (do cinema à neurologia) falarão sobre as idéias do cientista e suas implicações em outros campos do saber. A programação vai até 14 de dezembro, mas é recomendável fazer reservas no site (www.revistapesquisa.fapesp.br).

Beronha e Natureza, por exemplo, já selecionaram alguns temas. Coisas "comezinhas", segundo a dupla: "As contribuições e críticas de Einstein à física quântica" – com Silvio Chibeni, da Unicamp; "Impactos da obra de Einstein no campo da Física Médica", com Roberto Covolan, também da Unicamp; e "Buracos Negros: rompendo os limites da ficção", com George Matsas, da Unesp.

Beronha insiste:

– Questões corriqueiras como capilé com água ou maria-mole. Conosco ninguém podosco!

Paralelamente à ciência, outros eternos ensinamentos de Einstein:

– Viver é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, é preciso continuar se movendo.

– Uma coisa eu aprendi nessa longa vida: toda nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil – ainda assim é a coisa mais preciosa que temos.

– A vida de um indivíduo só faz sentido se ajuda a tornar a vida das demais criaturas mais nobre e bela.

– O princípio criativo reside na matemática.

– Todas as teorias físicas (...) deveriam se prestar a uma descrição tão simples que até uma criança pudesse entender.

Ou, como diria Ortega y Gasset, "a maior cortesia do filósofo é a clareza".

A mancada

O tal de Large Hadron Collider (LHC), o maior acelerador de partículas do planeta, montado pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, a 100 metros da superfície, nos arredores de Genebra, esteve no topo do noticiário, em setembro, mas parece que foram apenas os 15 minutos de fama. No caso, para uma audiência televisiva estimada em 1 bilhão de pessoas.

Mas – ou, como sempre –, a mídia do jornalismo espetaculoso tratou de espalhar o pânico. Para irritação dos físicos e das pessoas medianamente informadas, insistiu na absurda hipótese de que o LHC, ao buscar respostas para o Big Bang, poderia criar um buraco negro capaz de sugar a Terra.

Segundo Beronha, a repercussão no sofisticado "Chávena de Sangue", boteco que ele freqüenta, na Vila Piroquinha, foi arrasadora:

– Tinha "beubo" dizendo que a máquina do tempo era coisa do "demonho". Tanto que derrubou o Atlético e as Bolsas e provocou o frio, o calorão, as ventanias e os temporais que castigam Curitiba nos últimos dias. Outros, que a tal máquina seria a volta do professor Silvana, o cientista maluco do gibi do Capitão Marvel.

Francisco Camargo é jornalista.

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