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Em setembro de 1996, aceitei um gentil convite do dr. Francisco Cunha Pereira Filho e iniciei esta coluna na nossa Gazeta do Povo, que foi o jornal onde comecei minha carreira como jornalista nos fins da década de 1950. Devo ressaltar que o meu padrinho foi o

Dorival Vianna, um amigo de todas as horas. Para resumir tudo, tenho dito que ela tem sido o meu "prozac". O amigo Celso Nascimento sugeriu que eu reprisasse as melhores histórias que contei nesses longos anos. Considerei-me suspeito, razão pela qual resolvi consultar alguns amigos e leitores, que, por certo, a escolha é muito melhor.

Vieira Neto e o agente gordo – A história é relembrada pelo advogado Luiz Chemin Guimarães, freqüentador assíduo da Toca do Tuca, do Clube Curitibano, sobre o dr. José Rodrigues Vieira Neto, professor de Direito Civil e catedrático da Universidade Federal do Paraná e que se revelou um grande penalista.

Foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista e cassado no tempo da ditadura de Getúlio Vargas. Era um homem enxuto, extremamente elegante, vestia ternos de casimira inglesa e fumava cigarros americanos.

Segundo o ex-deputado Erondi Silvério, o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) escalou um agente para seguir diariamente o "perigoso" comunista. O tira era obeso. Vieira Neto era esbelto, se cuidava, tinha excelente preparo físico. Saía da Universidade, descia a Rua XV, subia a Rua Murici até o alto do São Francisco e descia de novo. Fez isso algumas vezes e quase "matou" o gordo agente, que suava às bicas com aquelas subidas íngremes.

Um dia, o professor ficou com pena do policial, deu-lhe um cartão de visitas e pediu:

– Quando chegar em casa me telefone...

– É que, lépido, o professor Vieira Neto já descia e o gordo agente ainda estava subindo e resfolegando.

O coelho ressuscitado – O cartorário Luiz Gonzaga da Motta Ribeiro contou que um seu amigo, morador de um condomínio de luxo, no bairro de Abranches, em Curitiba, tinha um cachorro policial muito brabo; e outro vizinho, um coelho branco muito bonito, da sua filha pequena.

No condomínio eram proibidos cães soltos e só podiam passear devidamente apertados com focinheiras e guias atreladas ao seu dono. Num fim de semana prolongado, como a vizinhança tinha ido para a praia, resolveu soltar o cachorro sem os aparatos preventivos. Não demorou muito e o cão apareceu com um coelho morto na boca e todo sujo de terra.

Apavorado, pegou o coelho lavou com xampu e o colocou na gaiola que era a morada do bichinho da filha do vizinho.

Passados uns tempos, o vizinho, dono do coelho, depois de umas e outras, durante uma churrascada que reuniu o pessoal do condomínio, confessou estar aparvalhado com um fato acontecido naquele local. E detalhou:

– O coelhinho da minha filha morreu tempos atrás e eu o enterrei logo em seguida. Quando voltei da praia achei-o dentro da gaiola, limpinho e cheiroso.

– O dono do cão ficou quietinho...

O Kit sonolento – Quem relembra dessa é o professor Jacir Venturi, um amigo dileto e também um contador de histórias. Numa das aulas da Faculdade de Medicina, a que assistia dormitando, o Kit Abdala foi inquirido pelo professor que havia notado sua sonolência.

– Kit quantas modalidades de parto existem?

– Ainda sonolento, escutou um colega sentado na carteira detrás soprar três.

Ele respondeu:

– Três, professor!

– Quais são elas?

O colega soprou de novo e ele repetiu:

– Vaginal!

– Certo!

– A segunda?

O colega soprou de novo:

– Cesárea!

– Certo! E a terceira?

O colega prestimoso soprou:

– Anal!

Foi uma gargalhada só e quando o Kit se tocou da mancada, e já bem desperto, emendou:

– Professor, essa última modalidade foi por onde nasceu este f.d.p. aqui detrás...

Dr. Lauro e o fumo – Anos atrás, fui consultar o meu prezado amigo dr. Lauro Grein Filho – que já me havia operado das amígdalas – pois estava com uma irritação na garganta.

Ele, gentil como sempre, examinou e determinou:

– Pode ir embora!

– Ué, o sr. não vai receitar nada?

– Vou sim! Continue fumando...

Farofa e a "coluna" – Nelson Penteado, o Farofa, um marumbinista fanático, não me perdoou quando, todo eufórico, contei que a minha coluna estava na internet.

– Ainda bem que não está na UTI...

Pernil de carneiro

É um dos meus pratos favoritos. Um pernil dá para 4 pessoas. Tempere de véspera com alecrim fresco, sal a gosto, pimenta calabresa seca, óleo de milho e meio copo de vinho branco seco. Faça pequenas perfurações para que o molho penetre nas partes mais carnudas. O tempo ideal para assar na churrasqueira é de 2h30 min, em fogo médio. Virar dos quatro lados para assar parelho. Pode assar também no forno. Em ambas situações, deve-se demolhar umas duas vezes.

Um dos pulos do gato é saber cortar depois de pronto. Faça fatias finas, mas que tenham a base tostada e a parte interna do pernil e não fatiá-lo horizontalmente.

A coluna é dedicada a todos os prezados leitores e colaboradores, que me prestigiaram nestes 10 anos e que me deixam extremamente envaidecido.

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