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Receita

Barreado de Morretes

Aprendi, em Morretes, lendo, que o barreado era feito, inicialmente, em panela de ferro. Os colonos, antes de ir para a roça, colocavam carne e os demais ingredientes para cozinhar. Muitas vezes, quando chegavam à tarde, a carne estava seca. Aí resolveram fechar a panela com folha de bananeira, colocavam a tampa e depois "barreavam" em volta da tampa, com barro. Era a panela de pressão da época. O barreado ficou popular e era a comida preparada no "entrudo" – o carnaval de então. E usavam, entre outros ingredientes, o tomate. Faziam panelões para comer durante os demais dias, mas descobriram que, ao requentar, o barreado ficava azedo, pois o tomate é ácido. O barreado, que é um cozido, se faz com carne dura, inclusive com músculo de boi. Os ingredientes são cebola, alho, bacon (antigamente usavam banha de porco), cheiro verde, louro, cominho, vinagre de vinho, sal de leve e pimenta. Acompanha pirão de mandioca com o caldo, pois antes de fechar a panela cobre-se os ingredientes com água. Acompanha arroz e bananas caturras maduras.

Pedro Dalla Riva esteve no Recife anos atrás e lá encontrou um amigo, o carioca Ronald de Brito Pereira, que é um grande contador de histórias. E, num longo bate-papo, ouviu a incrível história de um "pulador de cerca" que fugiu de um flagrante.

O tal galã marcou um "programa", há uns anos, num apartamento do Centro do Rio. Não se sabe como, mas uma amiga da esposa do distinto avisou-a que viu o marido entrando num prédio.

Passou um tempo, a esposa foi lá e viu chegar um carro de uma funerária com um caixão, entrando no prédio. Minutos depois, quatro homens desceram com o esquife. A esposa traída, religiosa, ainda persignou-se.

E foi assim que o pulador de cercas conseguiu evitar o flagrante...

Dr Maurício Schulman e o "mordedor"

O dr. Maurício Schulman, quando era diretor do Banco Bamerindus, tinha sede no Palácio Avenida, ali na Boca Maldita, por onde obrigatoriamente transitava todos os dias.

Arranjou um "freguês", um ex-jogador de futebol que, muito jeitoso, sempre levava algum. Na época, inflação alta, pediu ao Maurício se ele não podia adiantar a grana para a semana, pois assim garantiria uma "quentinha" todos os dias. Maurício concordou e passou a fornecer a gorjeta semanal.

Mas o mordedor, ante tamanha benevolência, não se conteve e propôs uma nova forma de remuneração caritativa: "Doutor, como a inflação está muito alta, o senhor não poderia me dar três meses adiantado?"

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