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Conta o Luiz Fanchin Jr., diretamente de Milão, onde está visitando suas filhas, que, depois de abrir a internet para ler a Gazeta do Povo e, lendo a história do Manoel Ribas e a planta do Colégio Estadual, lembrou-se de uma passagem dele com um fazendeiro de Piraí do Sul.

O então governador Manoel Ribas tinha ligações muito íntimas com Piraí do Sul, naqueles tempos Piraí Mirim. Certa ocasião foi vistoriar as obras da Estrada do Cerne, que ligava Curitiba àquela cidade. Na volta preferiu viajar de trem, que era a melhor opção para se chegar à Capital. Como ele era extremamente liberal, viajou num vagão comum e sentou-se ao lado de um fazendeiro da região, que também ia para Curitiba. O governador puxou papo com seu companheiro de assento e perguntou:

– O que vai fazer na capital?

– Vou falar com o governador – que ele não conhecia e, portanto, não identificou como o homem que estava ao seu lado.

– E o que o sr. vai falar com o governador?

– Vou pedir a ele um favor especial.

– E se ele não o atender?

– Aí eu mando ele pra p.q.p!

No dia seguinte lá foi o fazendeiro para o Palácio São Francisco onde, por interferência do sr. Rivadavia Vargas, influente político da época e pai do Túlio Vargas, já havia marcado audiência para falar com o governador. Quando entrou na sala, viu quem era o governador.

Aí seu Ribas perguntou:

– Como vai ser se eu não atender o seu pedido?

Resposta do destemido fazendeiro de Piraí:

– Vai ser aquilo que eu falei lá no trem...

Os restaurantes preferidos – Eis os restaurantes preferidos do empresário Rodolfo Loewen, da sua esposa Gerda e de toda a família:

1 – Para almoço de domingo, uma boa pedida é o buffet do Porta Romana Trattoria, com variedade e sabor de frutos do mar, carnes e massas que agradam a todos os gostos. Para o jantar, recomendo o cartoccio de frutos do mar (spaghetti com mexilhões, lula, camarões, polvo e cubinhos de peixe).

2 – Para descontrair ouvindo canções italianas, vá ao Lellis Trattoria, na Pracinha do Batel e aprecie o balcão de frios. Complemente com uma perna de cabrito assada, batatas coradas e brócolis.

3 – Em matéria de carnes à moda antiga, o Costelão do Havana (Rua Silveira Neto 144 – próximo à Igreja da Água Verde) é uma boa pedida, com atendimento 24 horas. Aprecio a alcatra mal passada (para poder voltar à grelha sem ressecar). A peça é maior do que duas pessoas podem comer sem antes esfriar. Não esqueça a farofa e a salada fria de entrada.

O conselho do "Tchê" – O jogador de meia-cancha do Cascavel, Délcio, segundo conta o técnico Avelino de Souza Abreu, o Mosquito, queixava-se que sua esposa era uma "fera" que ouvia seus jogos em quatro rádios e que, quando seu time perdia, ela o esconjurava, deixando-o nervoso. Mosquito contou a história para o Darci Casagrande, o "Tchê", que aconselhou:

– Ele que dê uma surra na mulher e quebre os quatro aparelhos.

O "feitiço" do Zico – O representante comercial Odilon Guimarães, torcedor do Paraná, conta que o goleiro Zico, do Cascavel, nas vésperas de um jogo, pediu para o Darci Casagrande, o famoso "Tchê", hoteleiro daquela cidade, ir a um terreiro de umbanda para que um pai-de-santo "amarrasse" atacantes do Toledo. E indicou quatro deles: Vaquinha, Hélio Ninho, Zilton e Miltinho.

O encarregado do despacho enfiou alfinetes no peito de quatro bonecos com os nomes dos temíveis goleadores adversários. Final da história: o Toledo ganhou de 2 a 0 e os gols foram marcados pelos zagueiros Jorge e Jadir, por sinal, irmãos gêmeos.

"Farofa" e a "nonna" – Reunidos em torno de uma "rabada" – um ensopado, é claro – no Maneko’s Bar, o autor destas linhas, o César Gasparim e o Nelson Penteado, comentávamos a importância de se ter dicionário. Comentei que até para descrever receitas me obriguei a ter dicionários de inglês, francês, português e até de italiano – mesmo sendo um neto que não sabe "niente" da língua do nonno. Me surpreendi quando fui publicar a receita da Minestra da Nonna, que a palavra avó, em italiano, se escreve com dois enes.

O espirituoso Nelson Penteado, o "Farofa", disparou rápido:

– Ainda bem que poucos por aqui sabem, porque pensariam que a Nona de Beethoven era a avó dele!

A coluna é dedicada ao criativo e dinâmico empresário Eduardo Cavichiolo, dono da indústria de embutidos Cavgut, de Piraquara, que pela qualidade de seus produtos mereceu destacada reportagem neste jornal, em entrevista concedida à repórter Patrícia Künzel.

Buchada com mocotó

Lá na terra do Vasco Salgueiro, o querido Rio Grande do Sul, parece que chamam essa mistura de mondongo (miúdos de boi em espanhol). Noite dessas fiz o prato e inovei.

Misturei os miúdos com batata salsa, molho de tomates italianos, cebola, alho, estragão, louro, pimenta calabresa e manjericão e 200 gramas de lombo de porco defumado.

Aferventei 400 gramas de bucho de boi picadinho, com a mesma quantidade de mocotó e duas colheres de sopa de aceto balsâmico. Depois de uma boa fervura, joguei fora o líquido e cobri com água fervente. Fechei a panela de pressão e deixei cozinhar por hora e meia, em fogo forte.

Pus então o lombo picado, a batata salsa em rodelas, 200 gramas de suco de tomate, uma cebola e meia cabeça de alho, picadinhos, duas folhas de louro, uma colher de sopa rasa de estragão, outra de manjericão, meia colher de chá de pimenta e uma colher de sopa rasa de sal. Fechei a panela e cozinhei por mais 30 minutos. Só aí é que acertei o ponto do sal. Arroz branco e uma boa farinha de mandioca (de Morretes de preferência) acompanham bem.

Muita gente não gosta de " bucho" – de boi, frise-se – (dobradinha para os mais requintados) e aqui vai uma dica que aprendi há muito tempo. O bucho tem um sebo externo branco – dentro é alveolado – que é extremamente enjoativo, razão pela qual deve ser retirado com antecedência e mesmo assim deve-se aferventar com antecedência com vinagre de vinho ou até mesmo com suco de limão. Os gaúchos garantem que esse prato com mocotó é afrodisíaco.

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