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Na madrugada do dia 6 de setembro de 1967 começou a mudar a vida de um jovem funcionário do Banco do Brasil. Era o Márlo Litwinski que, com seu fusquinha, rumava para Antonina onde sempre passava seus fins de semana. Eram três horas da madrugada quando parou num posto de gasolina no alto da serra do mar para comprar cigarros.

Chovia forte, fazia muito frio e a cerração era intensa.

Nervoso, pelo fato de o posto estar fechado e não ter mais cigarros, viu um vulto se aproximando. E imaginou: só me falta ser assaltado.

Era um cidadão de meia estatura, de óculos, que, simplesmente, pediu ajuda ao Márlo para trazê-los a Curitiba, pois o seu companheiro precisava estar em Brasília no dia 7 de setembro para as comemorações alusivas ao feriadão.

O cidadão de óculos que abordou o Márlo explicou que seu Galaxie tinha atingido uma pedra e furado o carter. Márlo não perguntou nada, quem eram, etc. Só disse que precisava comprar cigarros urgentemente e que depois os traria até Curitiba.

Nisso aparece um senhor alto e magro e uma senhora, toda encasacada. O senhor alto entregou-lhe duas carteiras de cigarros, o que acalmou por completo o jovem funcionário depois de umas baforadas. No trajeto de volta a Curitiba o senhor alto, que se sentou ao seu lado, começou um interrogatório: nome, idade, por que de viajar aquela hora, onde trabalhava, onde estudava, etc. Márlo pensou ter entrado numa fria. Mas o homem não deu nenhuma dica de quem era. Nada.

Quando chegaram no posto da Polícia Rodoviária, ali perto do Guatupê, o homem mais baixo mandou Márlo entrar e ele o fez erradamente, provocando veemente reclamação do policial. Márlo estacionou, e o senhor mais baixo de óculos desceu, conversou com o guarda que imediatamente rumou para o carro do lado do passageiro, perfilou-se e tratou o senhor alto com toda deferência.

Os caronas desceram, o policial chamou um companheiro que imediatamente fez funcionar o carro da patrulha que os conduziria até Curitiba.

Márlo recebeu agradecimentos efusivos, pois se negara a receber qualquer recompensa financeira, e o sr. magro e alto entregou-lhe um cartão de visitas.

Aí soube que dera carona para o ex-ministro Karlos Riechbietter, na época presidente da Caixa Econômica Federal; para dona Franchette, esposa do ministro e uma das mais famosas arquitetas da Prefeitura de Curitiba, e para o dr. Mário Petrelli, mais tarde diretor da Caixa e do Banco do Brasil.

Alguns meses depois Riechbietter assumiu a presidência do Banco e mandou assessores encontrar o Márlo em Curitiba. O alvoroço no banco foi enorme. A história correu e hoje faz parte das memórias do BB. Mais tarde Márlo, que é especialista em marketing, recebeu inúmeras deferências culminando por fazer parte da equipe do presidente da República, onde foi coordenador de comunicação e marketing no comitê da eleição de 1994 e é diretor de Marketing Político do PSDB nacional.

Hoje Márlo está residindo em Curitiba onde tem escritório de marketing esportivo e político.

Uma das versões que corria no Banco do Brasil era que Márlo tinha salvado a vida do dr. Karlos, inclusive feito respiração boca a boca depois de retirá-lo do carro despedaçado num acidente grave.

O cavalo encilhado passou e Márlo montou, como dizem os gaúchos, e se deu bem.

***

As respostas do Brustolim – O então presidente da Federação do Comércio do Paraná, Rubens Armando Brustolim, sofreu uma crise de pancreatite e foi levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia.

Foi atendido pelo médico Saburo Sugisawa que, depois de sedá-lo para aliviar as fortes dores, começou a indagar o modo de vida de Brustolim.

Perguntou para a esposa Beti e para a Marilia Campos – filha do ex-secretário Goyá Campos – amiga da família, se o Rubens bebia.

– Não! – Foi a resposta de ambas.

Saburo chegou para o paciente, ainda meio zonzo dos calmantes, fez a mesma pergunta.

– Rubens você bebe?

– Bebo...

Rubens não bebe!

Depois, o doutor Saburo começou a traçar uma dieta. Perguntou:

– Rubens, você gosta de macarrão de glúten?

– Não! Só de Bologna...

Prefeito não entendia de pedagogia – Por volta de 1950, o prefeito de Floraí, chamado de Oswaldão, inventou de cobrar pedágio numa estrada construída pela Companhia Melhoramentos do Paraná.

O então cartorário Pedro Sampaio, de Nova Esperança, foi solicitado a ir explicar ao prefeito que o que estava fazendo era ilegal e poderia ter problemas com a Justiça.

Pedro, ao explicar, usou alguns termos latinos, desses que os advogados gostam de aplicar.

O Oswaldão foi convencido. E mandou o secretário da prefeitura revogar a portaria. E comentou:

– Olhe seu Pedro, não entendo nada de pedagogia, mas vou parar de cobrar!

Confundiu pedágio com pedagogia...

A coluna é dedicada ao cardiologista Costantino Costantini, o mestre da angioplastia e um amigo de todas as horas.

Risoto da dona Lúcia

Para seis pessoas: Meio quilo de arroz Dalfovo; um quilo de peito de frango desossado em pedaços pequenos; meio quilo de moelas de galinha; duas cebolas raladas; meia cabeça de alho picadinho; 200 gramas de bacon defumado, picadinho miúdo; queijo parmesão ralado e 200 gramas de manteiga.

Caldo: À parte, faça um caldo com meio quilo de músculo e um frango caipira (ou um pato) com manjerona, salvia, duas cenouras picadas; dois talos de aipo picado e uma erva-doce de cabeça em cinco litros de água mineral. Cozinhar em panela de pressão durante uma hora acertando o sal no fim. Coar e deixar em banho-maria.

Preparo do risoto: Refogue pela ordem o bacon em meia xícara de óleo de milho, deixe-os douradinho. Aplique o alho e a cebola e deixe-os transparentes.

Antes, cozinhe à parte as moelas picadas em quatro pedaços, em panela de pressão com pouca água, durante 30 minutos.

Depois de refogar o alho e a cebola, coloque os pedaços de frango, deixe-os ligeiramente dourados. Coloque as moelas e em seguida o arroz. Mexa bem, dando uma refogada de três minutos. Vá colocando aos poucos o caldo e mexendo. Mais caldo e mexa. Quando sentir que o arroz está quase cozido, vá pondo também queijo parmesão ralado e pedaços de manteiga. E coloque mais caldo e sempre mexendo. Mais úmido ou mais seco é do gosto pessoal. Não esqueça do sal. Uma pimenta do gosto, de leve, dá mais vida.

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