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O 2.º sargento Sílvio, com muito sacrifício, comprou um par de sapatos Samello, cor marrom. Foi para o quartel e guardou o pacote no rancho, escondido atrás de uns sacos de mantimentos, pois era o intendente.

Seu subordinado era um 3.º sargento, sempre de olho gordo numa "sobrinha".

Antes mesmo de levar o esperado sapato pra casa, Sílvio recebeu ordem do capitão:

– Manobras em União da Vitória!

O sargento reúne toda a parafernália do rancho e fica 21 dias fora. Do par de sapatos nem lembra mais.

O sargento, que se dizia pai-de-santo, sofreu um desastre de carro na BR e faleceu.

O oficial de dia, tenente Solon, dá as ordens e Sílvio vai atender a viúva e ver se pode ajudar em alguma coisa, além de levar os sentimentos da Companhia.

Sílvio cumprimenta a viúva, e olha para o caixão do falecido. Parou, estático! Seus sapatos novinhos nos pés do falecido.

Não se agüenta, conta para a viúva e mostra a nota fiscal que portava na carteira.

– Não se preocupe! – garante a viúva.

Às 16h30, lá se foi o distinto para o Cemitério do Água Verde calçando um par de kichute surrado. E o Sílvio ficou com seu reluzente Samello.

Dr. Marques e a fala fina – Aldo Schiochet, ex-gerente comercial da Editora Abril e da Rádio e TV Independência, era cliente do dentista Mário Marques.

Uma manhã, Aldo telefonou para o doutor Marques e, imitando voz de mulher, tentou passar-lhe um trote. Percebendo a brincadeira, mandou-o catar coquinhos e outros xingamentos pertinentes.

À tarde, do mesmo dia, dr. Marques recebe outro telefonema, uma voz fina querendo marcar consulta. Imaginou que fosse o Aldo e de cara largou:

– Olhe aqui! Vá pqp...

Não era o Aldo! E sim um engenheiro, com uma tremenda dor de dente, querendo socorro imediato e que ficou chocadíssimo com a grosseria do dentista, mas, em seguida, soube detalhes do porque da resposta malcriada.

Diálogo ininteligível – Pelos idos de 1970, o jovem Marcos Malucelli, de Palmeira, era o responsável pelas compras do armazém da firma da sua família.

Naquele tempo, o Café Piraquara, da família Kowalzuck, tinha como seu representante naquela região o Janguito Santos.

Janguito teve um derrame e algum tempo depois, parcialmente recuperado mas falando muito mal, quase ininteligivelmente, foi vender café para o Marcos, que naquela época tinha voz bem rouca.

O Janguito foi de nhenhenhém em nhenhenhém e o Marcos, sem entender nada, só sacudia a cabeça.

Recebeu um aperto de mão e seu Janguito foi embora. Dali uma semana chegou um caminhão de café "comprado" pelo Marcos. Pelo menos foi essa a versão dada pelo Italo "Lolô" Trombini.

Uma cidade tranqüila – Em 1979, o repórter Roberto Massignan, hoje editor do caderno de automobilismo da Gazeta do Povo, trabalhava no Diário Popular. Recebeu uma missão especial do diretor do jornal, Abdo Aref Kudri, para escolher como Delegado do Ano, um do interior, na promoção "Os Melhores do Ano".

Roberto trocou idéias com o Orsino Canesso, da Gazeta do Povo, que era compadre do delegado Agostinho Cardoso Neto – hoje aposentado e morando em Camboriú –, que se encarregou de avisá-lo, em Guarapuava, para obter detalhes da sua carreira e umas fotos.

E lá foram os dois, já na sexta feira. Na mesma noite, foram aperitivar no Bar Redondo. Não demorou muito e um funcionário de um circo começou uma briga, acabou baleado e morto ali mesmo.

No sábado foram a uma boate. Deu briga de novo pois os nativos ficaram enciumados com a presença dos curitibanos. Quem salvou a pele dos visitantes foi o delegado Edgar Polcholotek, que mandou os nativos embora.

Roberto Massignan, que é de boa paz, comentou com o dr. Agostinho:

– Que cidade violenta, hein doutor?

– Esta semana até que foi tranqüila – respondeu o Delegado do Ano.

A impaciência do Richa – O empresário Joel Malucelli é dono do Malutrom Master, seu centroavante titular, enfim o "dono da bola".

Um sábado à tarde, no campo do Hotel Vila Real, em Guaratuba, três times foram formados. O SS, como se autodenominam os titulares do Malutrom – ou Super Star – enfrentavam o RR – reservas revoltados – como alcunharam os demais. O SS de vermelho e o RR de branco. Esperando a vez, estava o time de azul (entre os "craques" o então senador José Richa).

Assistindo o racha o artista plástico e publicitário Diniz Bonillauri, que quis saber como era o regulamento, tempo de jogo etc.

O Aldo Malucelli, que também esperava a vez do time azul, explicou que o negócio só terminava quando um time fizesse três gols. A partida estava zero a zero e já demorava muito. O Diniz previu:

– Esse jogo não vai terminar nunca.

– O Aldo assegurou:

– Quer ver como vai acabar já!

Diniz só viu que ele entrou em campo, cochichou alguma coisa para o Joel, que imediatamente gritou:

– Pára! Pára! Sai o time branco e entra o azul.

Diniz, admirado, perguntou:

– Aldo, o que você falou para o Joel?

– Só disse que o senador estava impaciente com a demora...

Salsa alle acciughe o Alici

É o nome de um molho italiano ensinado pelo chef Fúlvio Furin num dos cursos que deu no Metro Quadrado, promovido pelo Zico Garcês. É receita simples e fácil de fazer:

Para 4 pessoas: 400 g de spaghetti; 1 lata de Pomodoro pelati; 100 g de azeitonas verdes fatiadas; 1 latinha de anchovas ou alici; 2 dentes de alho; 1 colher de sopa de alcaparra em vinagre; 10 folhas de alfavaca ou basílico; uma pitada de orégano; 1 decilitro de óleo extra vergine de oliva; 1 caldo Knorr; sal e pimenta.

Preparo: colocar em uma panela o óleo de oliva, juntar os dentes de alho inteiros e deixar corar, em seguida juntar as anchovas amassadas com um garfo e o próprio alho deixar cozinhar 2 minutos e colocar os tomates pelati, o caldo Knorr e uma pitada de sal, deixar engrossar em fogo forte. Juntar as azeitonas, as alcaparras cortadas finas e a alfavaca também cortada, deixar cozinhar em fogo brando até a salsa ficar homogênea.

Cozinhar a massa em abundante água salgada, escorrer, colocar num pirex, despejando a salsa em cima mais o orégano e pulverizar com pimenta branca moída na hora.

A coluna é dedicada aos diletos amigos José Antônio, Luiz Fernando e Gilberto da Fontoura.

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