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Muhammad Ali machucou muitos queixos nos 21 anos em que lutou boxe profissionalmente. Hoje, é impedido de falar pelas dores terríveis que sente no maxilar, muito mais fortes do que as que sentia dos golpes que levava dos adversários nos ringues, efeito da rigidez muscular causada pelo mal de Parkinson. No começo de 2015, The Greatest (o Maior), como sempre se autoproclamou diante dos adversários, foi internado para tratamento de uma grave infecção urinária.

A tremedeira no corpo, também efeito do Parkinson, o deixa bem longe da imagem de homem forte e vistoso dos tempos de campeão mundial dos pesos pesados. Mesmo tão fragilizado, aos 73 anos, Muhammad Ali segue como o nome mais influente da história do esporte, segundo a revista americana Sports Illustrated, a mais conceituada publicação esportiva do mundo.

Se você não tiver nada melhor para fazer neste sábado, vá ao site da Sports Illustrated e veja o conteúdo produzido em homenagem ao boxeador (o link on.si.com/1WCpoZ2). Com o título The legacy of The Greatest still grows (O legado do Maior segue crescendo), a revista elencou todas as 39 edições em que Ali foi capa, desde que passou a ser cotado para o título mundial dos pesados em 1963. A capa da edição deste mês, por sinal, é uma pequena obra-prima do design gráfico: um Muhammad Ali jovem e em guarda com um fundo inteiro preto.

As capas da Sports Illustrated mostram a ascensão e decadência da carreira de Ali com as luvas. Do pugilista imponente que fazia a festa dos fotógrafos postados à beira dos ringues nos anos 60 e 70 à triste imagem de Ali gordo e machucado no corner da última luta, a derrota para o canadense de origem jamaicana Trevor Berbick, em dezembro de 1981. Muhammad Ali só fica atrás do astro do basquete Michael Jordan como atleta que mais vezes saiu na capa da revista.

Apesar das fotos sensacionais, as capas mais bonitas são as duas em que o boxeador é ilustrado. Na primeira, de março de 1971, a matéria chama para o primeiro confronto com Joe Frazier, quando Ali recuperou o cinturão três anos depois de ter o título cassado e de ser proibido de lutar por se negar a ir ao Vietnã combater vietcongues. As cores são vibrantes, com Frazier e Ali se encarando, o primeiro pronto para desferir um golpe, o segundo, com a guarda baixa, como se provocando o oponente.

A outra ilustração mostra os rostos de Ali e George Foreman com um mapa da África ao fundo, chamando para a luta em Kinshasa, no Congo, em 1974, no confronto que ficou conhecido como The Rumble in the Jungle (A luta na selva). Foreman, detentor do título, mais novo e mais forte que Ali, era uma ameaça real. Mas após passar a maior parte da luta suportando uma série de golpes duros, Ali começa a bater em Foreman e confirma porque é o maior de todos os tempos.

Engraçado que a capa da luta mais épica de Ali, a terceira e que desempataria os confrontos com Frazier, que completou 40 anos essa semana, no dia 1º, não é tão emblemática quanto merecia. Só uma imagem de Ali a golpear seu maior adversário. Mas um soco que deve ter doído tanto em Frazier quanto os golpes que o mal de Parkinson aplica diariamente há anos em Ali.

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