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Com a chegada do ano de 1918 se realizava o sonho dos curitibanos de possuírem uma escola de aviação e, obviamente, o seu primeiro avião. A aeronave de marca "Borel" chegou no dia 6 de janeiro e, depois de estar devidamente montada e com seu motor testado pelo mecânico Higino Perotti, foi batizada com o nome de "Sargento" no dia 17 de fevereiro de 1918, no campo do Prado de Corridas do Guabirotuba. A madrinha foi a senhora Etelvina Rebello de Camargo, esposa do presidente do estado, Afonso Alves de Camargo.

Nesse dia foram realizados os primeiros vôos do"Sargento" sobre a cidade, sendo o aparelho conduzido pelo aviador Luiz Bergmann. O nome de batismo do avião deveu-se ao fato de ter sido os sargentos da Força Pública (Polícia Militar) que levantaram fundos junto à população, tanto da capital como do interior do estado, para a aquisição da aeronave, cujo preço total foi de dezoito contos de réis.

Passada a euforia popular, tratou-se de encontrar um local apropriado para a instalação do campo de aviação e a construção do hangar onde ficaria o "Sargento". A escolha recaiu sobre um terreno entre os bairros do Portão e Novo Mundo, local onde foi criada a Escola Paranaense de Aviação, da qual faziam parte os seguintes personagens: coronel Benjamin Lage, Paulo Ildefonso de Assunção, Bráulio Virmond Lima, major Felix Melro, instrutor Luiz Bergmann, capitão João Busse, capitão Waldemar Kost, Geraldo Zanicotti, mecânico Afonso Perotti, irmão de outro mecânico, Higino Perotti. Além dos sargentos Augusto Scheleder, Martins de Oliveira e Augusto Garret.

Estava, portanto, plantada a semente que germinaria no futuro a criação do Aéreo Clube do Paraná. A escola de aviação do Portão não existiu por muito tempo, quando já contava com dois aviões um violento incêndio destruiu ambos e mais o hangar onde estavam guardados. Aquele campo de aviação ainda foi palco de um acidente aviatório sem maiores conseqüências. Em 24 de abril de 1923, o avião "Anhangá", pilotado pelo capitão Haroldo Borges Leitão e tendo como passageiro o tenente Adir Guimarães, capotou ao aterrar no campo do Portão, ao bater com uma das suas rodas em um toco de pau existente na grama. Foi um fato muito comentado em toda a cidade por bom espaço de tempo, haja vista a grande multidão que esperava aqueles aviadores que vinham desde o Rio de Janeiro.

Em homenagem ao centenário que se comemora este mês do vôo do 14-Bis, ilustramos mais esta Nostalgia com as seguintes fotos: na foto maior, aparece o avião "Sargento" no campo do Prado, cercado pelos elementos da Força Pública, em fevereiro de 1918.

Na primeira fotografia, vemos a diretoria da Escola Paranaense de Aviação em frente do hangar no bairro do Portão, em 1919.

Nas três fotos posteriores, vemos o "Anhangá" pouco antes de partir do Rio de Janeiro e, em seguida, as imagens do próprio, tombado no campo do Portão.

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