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Primeira sede da Gazeta do Povo, na Rua Dr. Murici, em 1919 – segunda sede como Empreza Graphica Paranaense, na Rua XV, em 1930. Duas imagens da Gazeta, na Rua XV de Novembro, em 1948 |
Primeira sede da Gazeta do Povo, na Rua Dr. Murici, em 1919 – segunda sede como Empreza Graphica Paranaense, na Rua XV, em 1930. Duas imagens da Gazeta, na Rua XV de Novembro, em 1948| Foto:
  • Caricatura do pessoal da redação em 1948. Trabalho de Mulato. O primeiro da esquerda é Dicésar Plaisant, o segundo Reynaldo Dacheux Pereira. Ao fundo, de perfil, Bacila Neto. Ao centro, José Muggiati Sobrinho, redator-chefe
  • Linotipos, na década de 1940
  • Setor de paginação, em 1940
  • 1966, eleição da Glamour Girl. Aparecem os cronistas Dino Almeida e Ibrahim Sued, Lélia Brown e Ângela Vasconcellos. Segurando o microfone o jornalista Rafael de Lala
  • Oficina atual, preparando uma edição de domingo
  • Redação atual da Gazeta do Povo
  • Os anúncios classificados da Gazeta são tradicionais, incluindo neles gente famosa

Na próxima terça-feira, dia 3, a Gazeta do Povo estará comemorando o seu nonagésimo aniversario, fundada que foi naquele dia de fevereiro no longínquo ano de 1919. A direção do jornal programou uma série de edições especiais para comemorar o acontecimento verdadeiramente marcante. Aproveito essa passagem festiva para relembrar a importância da Gazeta do Povo para com a minha vida.

Aprendi a gostar de ler este jornal há 60 anos passados quando o seu Carlito Santos, feitor do engenho de erva-mate que ficava em frente a sapataria do meu pai, no Batel, trazia um exemplar do dia para comentar os acontecimentos registrados nas páginas. Durante a roda do chimarrão matinal, o papo rolava, em sua maioria, em cima dos assuntos anotados na Gazeta do Povo. Quando o jornal era abandonado, eu me apropriava dele para viajar em suas páginas.

O tempo passou até que num dia do ano de 1958 me encontrava na Praça Zacarias apreciando um cartaz do hoje saudoso Cine Luz, e fui abordado pelo fotógrafo Sérgio Matulevicius, me informando que a Gazeta do Povo, onde ele trabalhava, estava precisando de mais um fotógrafo. Perguntou-me se eu não queria me habilitar à vaga. Na época eu estava trabalhando no Departamento de Fiscalização de Rendas, da Secretaria da Fazenda do estado. O polaco Sérgio me atraiu informando que o jornal me pagaria 50% a mais do que ganhava como fiscal.

A oportunidade apareceu e eu agarrei-a. Velho sonho de infância: ser jornalista. Abandonei o emprego público, e de fotógrafo amador passei ao patamar de profissional. Do estado fui exonerado por abandono de cargo. Agora sim estava no ambiente de trabalho que me calhou como uma luva. Participava, sem ainda ter consciência, da evolução das artes gráficas, desde a redação e as oficinas deste que hoje é o maior e o melhor jornal do Paraná.

Naqueles dois anos de que participei da confecção da Gazeta, 1958-59, onde trabalhava uma equipe de pessoas que faziam as coisas por amor a arte, e faziam muito bem, fiquei sendo um profissional formado, como todos naquele tempo, dentro da redação. Além de tomar noção de como funcionava a oficina gráfica, com sua clicheria, linotipos, paginação e a impressão final na rotoplana.

Com a profissão de repórter fotográfico já consagrada, girei por outras redações, incluindo a então acatada revista Panorama, tendo passagem pela revista Manchete. No início da década de 1970, voltei a colaborar com a Gazeta do Povo, já com algumas histórias da cidade, sendo logo após contratado pelo colunista Dino Almeida para fotografar assuntos ligados a sua coluna social.

Finalmente, em junho de 1989, o diretor da Gazeta do Povo, jornalista Francisco Cunha Pereira Filho, contrata meus serviços para, junto com o meu acervo de fotos históricas, produzir esta página, cujo título de Nostalgia ele angariou de um jornal de New Orleans, página que igualmente, neste ano de 2009, estará completando seu aniversário redondo, 20 anos de circulação ininterrupta, sempre aos domingos.

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