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Rua Barão do R. Branco, acidente com bonde em 1936 |
Rua Barão do R. Branco, acidente com bonde em 1936| Foto:
  • Bonde na Luiz Xavier em 1920
  • Bondes na Rua XV de Novembro, em 1926
  • Bonde atra­­vancando o tráfego na Monsenhor Celso, em 1948
  • Inauguração dos bondes, em 1913
  • Registro com prazer o recebimento do livro sobre a vida do general Domingos Ventura Pinto Junior, que me foi enviado por sua viúva, dona Maria Ângela do Nascimento Ventura. O general Ventura foi herói, como capitão da Força Expedicionária, na Segunda Guerra e participou, ainda na Itália, da criação da Polícia do Exército pelo general Zenóbio da Costa
  • Recebi do professor e arqueólogo Igor Schmitz o relatório final do projeto para constatação e resgate do patrimônio arqueológico na área das obras de revitalização da Praça Tiradentes. Um extenso e interessante compêndio sobre as origens do calçamento e das sarjetas de pedras que hoje estão preservadas naquele logradouro

Em nossa Curitiba velha de guerra, o inusitado acontece. Saímos na frente do resto do país com novidades muitas vezes de características duvidosas. Tivemos a honra de louvar as maledicências, as fofocas e outros atributos dignos do que o povo chama de línguas de trapos. Com a criação da Boca Maldita, o falar mal da vida alheia nos levou à glória, todo turista quer conhecer o espaço onde se louva o diz que diz. Boca maldita, um clichê do modo de vida do curitibano.

Quando digo que acontece falo exatamente das coisas que não acontecem. Pode parecer um disparate, mas é verdade. Quantas coisas que foram criadas no ambiente físico da cidade e que não deram certo? Inúme­­ras. Fazer a relação das mesmas torna cansativo, é bater na mesma tecla, é chover no molhado. Os assuntos do momento são dois: a Copa do Mundo e, outra vez, os bondes.

O governador e o prefeito es­­tão agitados, querem porque que­­rem a Copa de 2014 em Curi­­tiba. Viajam de mãos dadas para tra­­zer o evento para cá, como se nós não tivéssemos coisas mais urgentes para resolver em favor da população. São dois tampões achando que ficarão na história se os seus desejos se concretizarem.

Outra inutilidade que vem rolando há quase quarenta anos é a tal ideia de se reinstalar o bonde elétrico. Não mais como útil transporte coletivo, mas como atração turística – e fazê-lo funcionar, não em um parque mas sim no centro da cidade. Ora, os bondes foram tirados do trânsito de Curitiba porque eram trambolhos que estagnavam o tráfego, principalmente no centro da cidade. A ideia genial do pessoal do Ippuc é para que ele trafegue entre o Passeio Público e a velha Estação de Bondes na Rua Barão do Rio Branco, cruzando em seu trajeto meia dúzia de ruas, entre elas vias importantes como a Tobias de Macedo, Marechal Deo­­­­doro e Visconde Guarapuava.

Dá para se imaginar a viela que é a Rua do Riachuelo com o bonde tomando espaço de outros veículos? Ou então a Barão do Rio Branco, que já foi liberada dos ônibus expressos e, por esta ra­­zão, voltou a ter um bom movimen­­to comercial, coisa que havia desaparecido. Ou então ainda a colocação de trilhos em todo o trecho, além dos cabos aéreos para fornecer energia elétrica aos bondes? De coisas mais sérias a cidade precisa. Que tal atenderem os pedestres que circulam pelo centro, melhorando as calçadas a fim de se evitar acidentes. Bonde para turismo no centro? Mais uma ideia descabida. Ah! Só pra lembrar: será que os turistas não escorregam nas pedras desencontradas do petit-pavé? Não tropicam? Não se esborracham? Ou só vão andar de bonde? Êta nóis!

Agradeço à jovem Jurema, de quem só fiquei sabendo o primeiro nome, pela cortesia em me presentear com o exemplar de uma Bíblia recomendando a leitura da mesma, para cada vez que eu me sentir sozinho. Concluo, portanto, que fiquei velho e solitário e que a leitura do grande livro me ajudará. Pessoas afáveis como a Jurema valorizam o espírito humano. Obrigado.

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