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Pedra fundamental da estátua foi lançada em 1922 | AFP PHOTO / ANTONIO SCORZA
Pedra fundamental da estátua foi lançada em 1922| Foto: AFP PHOTO / ANTONIO SCORZA

Com o passar dos anos o nosocômio atendeu um farto número de alienados. Apenas no ano de 1910 foram internados 218 doentes

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Nesta página dominical de memórias já foi abordado um sem-número de assuntos referentes à história da cidade. Agora mesmo, recebo um farto material sobre a história do Hospício Nossa Senhora da Luz, enviado pelo amigo e confrade Carlos Ravazzan. O material que o ilustre médico e historiador nos entrega é abundante e extenso, o qual tentaremos resumir para o espaço que dispomos.

Em 1896, em terreno doado pela Câmara Municipal no ano anterior, foi construído no bairro do Ahú um novo hospício para abrigar os alienados que seriam destinados à Santa Casa, numa construção anexa ao hospital. O hospício do Ahú foi construído e inaugurado durante a provedoria do monsenhor Alberto Gonçalves. A inauguração ocorreu no dia 25 de março de 1903.

Pouco durou o funcionamento daquele asilo no Ahú. Em 1905, o governo do estado comprou o prédio para nele instalar a Penitenciária do Estado. Em troca, foi entregue um terreno de quatro alqueires, onde funcionou o Prado Paranaense, na Rua São José, atual Marechal Floriano. O novo Hospício N.S. da Luz foi inaugurado em 7 de julho de 1907, ainda sob a direção do religioso Alberto Gonçalves.

A nova sede do hospício foi construída conforme os preceitos higiênicos da época, cujas dependências deviam ser abrigadas em pavilhões separados; a princípio, foram feitos três módulos. Com o passar dos anos, o nosocômio atendeu um farto número de alienados. Apenas no ano de 1910, foram internados 218 doentes. Nos anos seguintes, o número de internados já superlotava os pavilhões – prejudicando o tratamento e a higiene, o que favorecia o alastramento da tuberculose.

Naquela época, quem dirigia o hospício era o dr. Antônio Rodolpho Pereira de Lemos e, em 1912, entrou para o corpo clínico seu filho Cláudio Pereira de Lemos. Em 1918, no intervalo de apenas 15 dias, ambos morreram vitimados pela "gripe espanhola".

Em 1931, eram médicos do hospício os seguintes doutores: José Guilherme de Loyola (diretor), Coriolano Silveira da Mota, Petit Carneiro, Otávio da Silveira e Alô Guimarães. Em 1933, Alô Guimarães assumiu a direção do hospício e, em 1938, mudou a denominação para Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz.

Agora, ao completar o seu centenário, o Asilo, como era conhecido popularmente e que servia inclusive como orientação geográfica para a extremidade sul de Curitiba, deve ser lembrado não só como um ambiente de sofrimento para os milhares de pacientes que penaram suas enfermidades dentro daqueles altos muros, como também se deve reverenciar a memória dos que ali enfrentaram diariamente uma sublime missão, como médicos, enfermeiros, irmãs de caridade e prestadores dos demais serviços.

Ilustramos a Nostalgia de hoje com fotos históricas do antigo Hospício N.S. da Luz. Na primeira imagem, vemos uma vista aérea de todo o conjunto pertencente àquele hospital. A imagem foi feita na década de 1960. A segunda fotografia mostra o Asilo ainda em construção, em 1906.

A terceira foto mostra a entrada do hospício – com destaque para o pavilhão "André de Barros", com frente para a Rua Marechal Floriano Peixoto. Na quarta foto, temos o corpo médico junto com as irmãs de caridade do Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, imagem tomada no final da década de 1930, tendo ao centro o diretor, Dr. Alô Guimarães.

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