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O Passeio Público desde a sua fundação, em maio de 1886, teve seu lago formado pelas águas do Rio Belém, que se tornaram poluídas pelos dejetos químicos lançados pelo curtume que existia no atual Parque São Lourenço. Hoje, o lago recebe água de poços artesianos. Foto de 1947 | CD/Arquivo
O Passeio Público desde a sua fundação, em maio de 1886, teve seu lago formado pelas águas do Rio Belém, que se tornaram poluídas pelos dejetos químicos lançados pelo curtume que existia no atual Parque São Lourenço. Hoje, o lago recebe água de poços artesianos. Foto de 1947| Foto: CD/Arquivo
  • Outro local de lazer para o curitibano, nas décadas de 1930 e 40, era o Tanque do Bacacheri, onde existia um balneário com trampolim e cabines para vestiários. Até hoje é formado pelo Rio Bacacheri, afluente do Rio Atuba. Foto de 1937
  • Esquina das ruas Carneiro Lobo e Silva Jardim. O Rio d’Água Verde é canalizado para permitir o calçamento das ruas. Foto feita em dezembro de 1941
  • A Cascatinha do Rio Uvu era atração que reunia banhistas e aficionados em piqueniques. Atualmente, engrossa o caudal poluído de Curitiba. Foto de 1928
  • Outubro de 1911: a enchente dos rios do Ivo e Belém atinge a Rua João Negrão. Foto tirada do alto da Ponte Preta
  • Por ocasião da Copa do Mundo de 1950, o Rio Belém, em frente do Estádio do Ferroviário, recebe uma limpeza. Toalete com pretensão de esconder a já notável poluição

No último dia 22 foi comemorado, nos mais diversos cantos do globo terrestre, o Dia Mundial da Água. Aqui, por Curitiba, não se teve notícia de alguma comemoração importante; entretanto, o governo do estado estará promovendo, neste domingo, uma reunião de técnicos em Toledo. Haverá palestras sobre tratamentos de água potável e de esgotos, com demonstração em maquetes de como funcionam as estações para tais serviços.

Nasce no município de Curitiba o segundo rio mais poluído do Brasil: o Iguaçu, que perde unicamente para o primeiro lugar, que fica com o Rio Tietê de São Paulo. Esse título nada honroso foi adquirido com o crescimento da cidade e o descaso governamental em tratar de instalar uma estação de tratamento na foz do Rio Belém, assim como outra na afluência do Rio Barigui – ambos rios recolhem a maior parte dos dejetos de Curitiba.

A bacia hidrográfica de Curitiba – com mananciais abundantes que deságuam nos rios do Ivo, Belém, Barigui e Atuba – colabora sobremaneira no transporte de toda classe de pestilências e imundícies, que percorrem abaixo dos calçamentos lançando pelas bocas de lobo os insuportáveis miasmas nos ares desta nossa dita capital ecológica.

Também neste domingo, os frequentadores do Parque Barigui estarão participando de um evento em homenagem ao discutível aniversário de Curitiba. Serão distribuídas 6 mil fatias de um bolo que pesa meia tonelada. Não deixará de ser uma oportunidade para observar as águas do lago ali existente. Contribuem para a sua existência dois rios, altamente poluídos, que são o Barigui e o seu afluente Rio Uvu, que vem do bairro de Santa Felicidade.

As cidades ditas de primeiro mundo, principalmente as europeias, trataram de recuperar seus rios – como o Sena, em Paris, e o Tâmisa, em Londres. Por aqui, o descaso é enervante; não é concebível que os governos central, estadual e municipal continuem na ignorância tão séria, como a de salvar as águas para os povos vindouros. No futuro o povo terá um desenvolvimento intelectual majestoso; será, então, que a nossa geração vai ser vista como uma horda de bárbaros de existência apenas fisiológica?

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