Em 1945, embora a guerra já houvesse terminado, automóveis movidos a gasogênio circulavam pela Rua XV de Novembro| Foto: Arquivo CD
Rua Dr. Murici, em 1927. Garage, assim denominadas as oficinas mecânicas, pertencia a Afonso Perotti
No início da década de 1920, um automóvel chega devidamente encaixotado à Agência Ford, localizada na Praça Osório e Rua Comendador Araújo
Praça Tiradentes em 1943. Racionamento em plena Segunda Guerra, proprietários de automóveis e caminhões se reúnem em frente da bomba de gasolina para receberem as suas quotas de combustível
Ponto de automóveis de aluguel na Praça Tiradentes, em 1945
Avenida João Pessoa (Luiz Xavier), na década de 1950. A via ainda recebia tráfego e estacionamento de automóveis
Dia da Bandeira de 1937. O povo já estava acostumado com a presença do automóvel durante ofootingna Rua XV de Novembro
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A cidade somente conheceu seu primeiro automóvel em 1903. Foi quando o jovem industrial Francisco Fido Fontana começou a desfilar pelas ruas de Curitiba com o seu veículo Royal, importado da França. Foi o estopim que se acendeu entre os curitibanos mais abastados, todos desejavam possuir a novidade tecnológica desenvolvida na Europa.

Em seu pioneirismo, Fontana também foi o primeiro revendedor de automóveis de Curitiba e, obviamente, o primeiro proprietário de uma oficina mecânica. Paulatinamente, a introdução do transporte motorizado foi sendo sentido. O governo do estado foi solicitado a aderir ao conforto de nova condução; entretanto, mostrou-se refratário a tal progresso. Coube à prefeitura de Curitiba ser pioneira na aquisição dos veículos automotorizados.

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Em 1912, assumiu como prefeito da capital o engenheiro Cândido de Abreu. A sua posse deu-se justamente na época em que o país nadava em dinheiro, vindo através de um megaempréstimo levantado na Inglaterra. O crédito em libras, além de afetar o país, atingiu o Paraná e sua capital. Carlos Cavalcanti era o presidente do estado e destinou boa parte do quinhão que lhe coube administrar em favor do Regimento de Segurança, atual Polícia Militar. A verba foi vertida para compra de armamento e principalmente de novos uniformes.

Uma das grandes melhorias que o governo acrescentou foi a criação do Corpo de Sapadores Bombeiros por Carlos Cavalcanti, em 1912. Hoje essa instituição centenária é o orgulho do povo curitibano, em razão de sua nobre função.

Na prefeitura de Curitiba, Cândido de Abreu aproveitou a parte que lhe coube no empréstimo para embelezar e desenvolver o serviço público, em benefício da cidade. Criou a Companhia de Melhoramentos de Curitiba, na qual colocou seus melhores técnicos e administradores. O desenvolvimento da cidade em sua gestão foi das melhores feitas até hoje. Inaugurou diversas praças, como a Ozório, Santos Andrade e a Eufrásio Correia; remodelou a Praça Tiradentes, assim como o Passeio Público.

A prefeitura de Cândido de Abreu teve a sua grande marca com a introdução dos bondes elétricos, em 1913, e com a aquisição de um automóvel Daimler para uso do seu gabinete, além da compra dos primeiros caminhões para o serviço público e que rodaram por muito tempo, prestando serviços nas obras da capital.

Realmente na década de 1920, a cidade começou a se avolumar em número de automóveis, que rodavam em suas ruas, com a introdução de veículos de origem norte-americana; principalmente em razão da produção em massa da indústria de Henry Ford. Durante a Segunda Guerra, as importações não existiram, e com o racionamento da gasolina muitos automóveis pararam de rodar ou então foram sujeitados ao uso dos aparelhos de gasogênios.

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Na atualidade, Curitiba está à beira do caos no trânsito de suas ruas. O volume de automóveis em circulação já anda beirando a estatística de um veículo por habitante, mostrando que o progresso, trazido pela introdução em 1903 do primeiro carro, é hoje, mais de cem anos passados, visto por muita gente como uma grande confusão e que gostaria de estar vivendo nos dias sossegados daquele tempo.

Ilustramos a Nostalgia deste domingo com algumas fotos que lembram os tempos dos velhos carrões que rodaram na história visual de Curitiba.