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Alto doMorro do Hospital Militar, em 1938. Abaixo parte do Batel. A Rua Capitão Souza Franco (atual Teixeira Coelho), era um caminho de barro que terminava na Alameda D. Pedro II | Acervo Cid Destefani
Alto doMorro do Hospital Militar, em 1938. Abaixo parte do Batel. A Rua Capitão Souza Franco (atual Teixeira Coelho), era um caminho de barro que terminava na Alameda D. Pedro II| Foto: Acervo Cid Destefani
  • O Prado do Guabirotuba era uma das atrações dominicais para o curitibano. A foto, feita em 1940, mostra oPrado Velholotado em dia de Grande Prêmio
  • A Rua XV de Novembro assim nunca mais. Em 1914, o movimento era de um vilarejo, com pedestres e carrocinhas
  • A Rua do Seminário, atual N.S. Aparecida, em 1940. Os bondes eram o que se tinha de melhor no transporte coletivo
  • Acontecimento: no dia 1º de dezembro de 1936 o dirigível Hindenburg sobrevoou Curitiba, e o povo se extasiou com a gigantesca aeronave. Foto feita das ruínas do São Francisco
  • Vista aérea da Praça Santos Andrade, onde se destaca o prédio histórico da Universidade do Paraná. Foto tirada em 1938

Alguns leitores acharam interessante a intenção de escrever um livro sobre o bairro do Batel, inclusive já apareceram colaborações com imagens e lembranças sobre acontecimentos do passado daquele velho arrabalde curitibano. É impressionante como a memória se agita quando se fala nesse tipo de retorno aos velhos tempos. Atualmente, tem surgido alguma publicação sobre fatos e costumes de antigamente, coisas da Velha Curitiba. Contudo, a maioria sem o calor humano de quem presenciou os fatos narrados; isso porque os episódios descritos são baseados no ouvir dizer e de orelhada. Muita coisa que nunca foi, fica sendo.

Nesses últimos cinquenta anos sempre mexendo, rebuscando e viajando dentro de imagens antigas de velhas fotos e por lugares onde vagamos na infância e na juventude, cuja vivência sempre foi temperada pelas histórias contadas pelos nossos antepassados; também nascidos e criados no Batel e, como curitibanos da gema, conhecedores das coisas da nossa cidade; muitas vezes, escuto alguém falar e contar causos como se sempre aqui existisse, desde o primeiro vagido. Esse é o tipo que o curitibano descarta, o enxerido que quer botar a colher torta na história que desconhece, que não participou e não viveu.

Já adentramos em agosto, o mês dos ventos que derrubam as folhas mortas pelo inverno que se afasta. Começa as floradas cuja maior característica é a do ipê-amarelo, fato que deve ocorrer até o meado do mês. Caso não aconteça na época certa, a sabedoria popular acredita que o verão não estará bem controlado. Quem não conhece essa presença da florada dos ipês, no meio de agosto, acha que a primavera se adiantou. No tempo de piá este era o mês de empinar raias, as dos mais diversos tipos, em que se destacava a bidê. Quem não é curitibano não conhece o termo raia. Acha que o nome certo é pipa, papagaio e pandorga. Com os ventos de agosto, os céus de Curitiba ficavam coloridos e movimentados pelas cabriolas das raias. Raia é uma corruptela do nome do peixe, arraia, cuja forma se assemelha.

Uma das fotos escolhidas para a Nostalgia deste domingo é a do Morro do Hospital Militar, assim denominado pelos moradores da região. Era o lugar no Batel onde a piazada fazia seus trênes de futebol e empinavam suas raias. Hoje, aquele promontório nem é notado pelos que transitam da Avenida do Batel para a Avenida Vicente Machado, pela Rua Teixeira Coelho. As demais fotos apresentam flagrantes bucólicos de uma Curitiba sem retorno.

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