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O Passeio Público em 1886, ano em que foi inaugurado |
O Passeio Público em 1886, ano em que foi inaugurado| Foto:
  • O Rio Belém forneceu a água do lago durante 80 anos, em 1904
  • Festa da Primavera, em 1911
  • Chá do Grêmio Bouquet, em 1913
  • Ilha dos Amores em meio ao lago principal, em 1904
  • Em 1911, intelectuais reunidos no Passeio
  • Festa beneficente, em 1925

Não é a primeira vez que escrevo sobre o Passeio Público. Acredito também não ser a última. Em Curitiba não existe nada mais antigo que ele, isto quando se aborda a história de um parque. Construído em tempo recorde no início do ano de 1886, no governo do presidente Taunay, foi por ele inaugurado no dia 2 de maio daquele ano. Portanto, o Passeio Público conta com 122 anos de existência, e por ali já passaram várias gerações de curitibanos.

Exatamente por ser o mais conhecido dos parques existentes na cidade e também o mais velho, aquele ambiente passou por altos e baixos em sua freqüência popular. Quando se fala em baixa freqüência, existem dois motivos para que isto aconteça: a falta de atrações e a falta de segurança para os que o freqüentam.

Voltamos um tanto no passado recente, mais precisamente entre a década de 1960 e a de 1980. Nos anos 60, o Passeio começou a contar com a presença de um bom público, que ocorria ao bar Lá no Pasquale, procurando seus quitutes, chope gelado e levando a piazada para passear nos pedalinhos. À noite, o movimento estava garantido pelo funcionamento da Boate Tropical.

Quando iniciou o tempo de Jaime Lerner na prefeitura, no início dos anos 70, tinha ele o costume de freqüentar o Passeio todo o sábado pela manhã, sempre acompanhado por um grupo de sua equipe. No palco redondo, dito flutuante, começou a prefeitura, através da recém-criada Fundação Cultural, a apresentar espetáculos musicais naquele local; foi o que bastou para que o público comparecesse em massa, fazendo das matinadas de sábados uma obrigação social, tanto para os jovens como para os mais antigos. Estava sacramentada a serventia do Passeio Público.

Com o passar do tempo, a questão de uns 20 anos, o ambiente foi deteriorando socialmente. O bar do Pasquale fechou, os prefeitos que se seguiram não mais foram vistos por lá. Enfim, o Passeio Público voltou a ter mais uma de suas fases cíclicas de abandono, tanto pelo município como por parte do grande público que lá pisou com freqüência por mais de 25 anos.

Hoje quem adentra o Passeio nos fins de semana não tem a menor idéia do que era a alegria daqueles tempos. Entretanto, os freqüentadores daquela época sentem um nó na garganta: não é possível que tenha desaparecido tão abruptamente a festividade daquele período envolvendo o nosso parque mais antigo numa penumbra sorumbática de abandono.

A prefeitura de Curitiba tem dado mostras de dinamismo no tratamento da urbe – as obras que se realizam são prova disso. Que tal dar uma colher-de-chá para o Passeio Público, revitalizando a alegria daquele ambiente nos fins de semana? O Passeio sempre foi uma atração turística, principalmente para os visitantes do interior. Não custaria muita coisa serem promovidos shows artísticos nas manhãs de sábados e nas tardes de domingos, assim como atrações especiais para a infância.

A nossa municipalidade tem uma secretaria especial para cuidar desse assunto, a dita Secretaria Municipal de Turismo. Um bem-elaborado programa, organizado pela mesma, levantaria o astral do Passeio Público. Fica aqui o palpite deste memorialista para o secretário Luiz Carlos de Carvalho: revitalize o nosso Passeio Público. Acredito que o prefeito Beto Richa gostará de encampar tal tarefa.

Ilustramos a Nostalgia deste domingo com algumas fotos antigas do Passeio Público, desde a sua fundação, em 1886.

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