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Tomara que seja seco! Inverno úmido é um desastre! Assim o pessoal aqui do Sul vai comentando a estação frígida que se aproxima. O mês de maio está terminando e o tradicional veranico não deu o ar de sua presença. Ao contrário, algumas geadas já se fizeram presentes.

Estamos acostumados a ser inquiridos como eram os invernos de antigamente, principalmente pelos que estão morando há pouco tempo em Curitiba, em especial pelos cariocas e nordestinos. Os primeiros habituados com sol e praia e os demais por serem originais de clima tropical. Curiosamente encontramos nordestinos, principalmente baianos, que estão perfeitamente adaptados ao frio, o que não ocorre com os procedentes do Rio de Janeiro, estes não acostumam nunca com o nosso frio.

Os invernos de antigamente eram bem mais rigorosos. As primeiras geadas se faziam presentes já no mês de abril e continuavam até agosto, não raramente ultrapassando o tempo e entrando na primavera com o fenômeno do orvalho congelado. E fazia frio. As vasilhas que continham água e ficavam a céu aberto amanheciam congeladas. Se alguma torneira estivesse pingando desenvolvia uma vela de gelo do bico da mesma até o chão.

Curitiba era cheia de quintais e de muitos terrenos baldios cobertos de grama onde a geada sobressaía com a sua alvura. Os telhados das casas ficavam cobertos por camadas de gelo. As árvores frutíferas perdiam todas as folhas, exceção das laranjeiras e mimoseiras, cujos frutos só ficariam adocicados depois das primeiras geadas.

A piazada curitibana andava muito à vontade, com agasalhos leves e muitas vezes de pé no chão, principalmente na hora que o sol esquentava e era a hora dos trênes de futebol, quando então os inúmeros campinhos existentes se enchiam com a algazarra da meninada. A geada já tinha ressecado a grama, os espinhos de rosetas eram o suplício da turminha que jogava descalça.

O ar quente que era expelido dos pulmões se condensava dando a impressão que todo mundo estava fumando. Os cavalos que puxavam as carroças dos leiteiros, padeiros e colonos, que cortavam a cidade no amanhecer, pareciam pequenas locomotivas resfolegando vapor.

Quem nunca viu neve fica a desejar que haja uma precipitação do fenômeno há todo inverno que se aproxima. Este desejo é acentuado na criançada que associa as nevadas com o Natal do Hemisfério Norte, coisa que somente enxergaram em filmes na televisão. Em Curitiba tivemos duas boas nevadas no século que passou, ocorridas em 1928 e 1975.

A Nostalgia deste domingo mostra quatro fotos feitas durante a nevada de 17 de julho de 1975. As imagens mostram aspectos da cidade branca de neve, principalmente para os que têm menos de 30 anos de idade e para os adventícios que ora residem aqui.

A primeira foto, feita na esquina da Rua Cândido Lopes com Dr. Murici, em frente à Biblioteca Pública, mostra a neve caindo e alguns transeuntes se protegendo com guarda-chuvas.

A segunda foto foi tomada do alto do edifício da antiga Telepar em direção ao Passeio Público onde aparecem os telhados cobertos de neve.

A terceira fotografia é da Praça do Japão com os seus canteiros branqueados pelo gelo.

Na quarta imagem, feita na Travessa Nestor de Castro, vemos a precipitação da neve que, coincidentemente, cobre meia dúzia de fuscas e demais automóveis estacionados.

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