Todo viajante procura sempre um lugar para descansar depois de uma longa jornada. Como em todos os domingos também fazemos a nossa viagem aos tempos idos, através desta página, nada mais justo que procuremos um bom hotel, não para descanso, mas sim para conhecer como seria este tipo de estabelecimento.

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Ao término do século XIX, foi inaugurada a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, que veio fomentar o movimento de viajantes da marinha para o primeiro planalto, incrementando o comércio com a capital. Foram surgindo as primeiras estalagens e hotéis.

Vamos encontrar um estabelecimento que cresceu com o advento da estação férrea, localizado na esquina da Rua XV de Novembro com a então Rua da Liberdade, atual Barão do Rio Branco, o Grande Hotel. Seu proprietário, o italiano Gino Zanchetta, exercia também a função de cônsul-geral da Itália no Paraná. Esse hotel teve como embrião à antiga estalagem do alemão Leitner que, aos fundos, na atual Rua Marechal Deodoro, mantinha uma fábrica de cerveja, talvez a primeira de Curitiba.

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Zanchetta reformou e aumentou o que seria o seu Grande Hotel. Por ser o melhor da cidade, tinha a preferência para a realização de banquetes e grandes festas. Os encontros políticos de importância tinham seus salões como referências. Era portanto, como se diz, o cartão postal da cidade.

Por volta de 1914, o industrial Mauricio Caillet terminava seu suntuoso edifício na Rua XV, entre a Rua Barão do Rio Branco e a Presidente Faria. Aquele prédio foi arrendado para Gino Zanchetta que ali instalou o seu Grande Hotel Moderno, o velho hotel da esquina foi demolido para dar lugar, mais tarde, à sede do Clube Curitibano.

Durante muitos anos, o Grande Hotel Moderno foi ponto de encontro da elite curitibana tendo, inclusive, hospedado personagens famosos como Santos Dumont e Olavo Bilac. Era o preferido das troupes artísticas que vinham se apresentar no palco do velho Teatro Guayra da Rua Dr. Murici.

Zanchetta, ao retirar-se para a Itália, passou o comando do Grande Hotel Moderno para a família Johnscher que o administrou até os anos oitenta. Foi portanto dentro da década de 1980 que Curitiba perdeu o mais tradicional hotel que a cidade já teve.

As fotos da Nostalgia deste domingo assim se seguem:

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A primeira mostra as carruagens chegando ao Grande Hotel para a festa de posse de Carlos Cavalcanti como presidente do estado, em 1912.

A segunda fotografia foi feita na inauguração do Grande Hotel Moderno mostrando a presença de personagens de destaque da sociedade curitibana, em 1914.

A terceira foto foi feita em frente ao Grande Hotel Moderno por ocasião da visita de Santos Dumont a Curitiba em 1914.

A quarta e última imagem foi tomada no salão nobre do hotel em 10 de outubro de 1940. Na ocasião, a jovem cercada de flores fazia 18 anos.