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Inaugurou-se no Museu Paranaense, durante a semana que passou, duas exposições, entre outras, que chamaram a atenção. O historiador Carlos Brantes organizou uma interessante mostra de fotos e trabalhos de José Peon, argentino que morou em Curitiba a maior parte de sua vida e tinha um atelier onde produzia placas de bronze e medalhas comemorativas da mais alta qualidade artística.

As fotografias com pessoas foram difíceis de ser identificadas, a não ser a figura do próprio gravador, apesar de mostrarem imagens não tão antigas, feitas nos anos trinta em diante.

Em outra sala daquele museu se apresentava mostra sobre o Contestado, cujo título por si só já começa errado: "A Guerra do Contestado", quando é sabido que foi uma campanha e não uma revolução e tampouco uma guerra. Logo na entrada um painel com mais de dois metros de altura mostrando o retrato do Monge João Maria, figura que absolutamente não tem nada a ver com a Campanha do Contestado. Outros erros encontramos com peças e fotos que devem ter sido enxertadas ao material que pertenceu ao Museu David Carneiro. É a falta de pesquisa que nos deixa com uma história capenga, com a memória sobre o passado cheia de lacunas amnésicas.

Em nosso trabalho em busca de imagens perdidas, afazer que enfrentamos há mais de 40 anos, recebemos fotografias das mais diferentes fontes. Imagens que muita gente ia jogar fora, ou então nos entregam tal material com o intuito, sublime diga-se, de colaborar com o que produzimos na intenção de resgatarmos a memória da cidade e do próprio Paraná.

Hoje estamos mostrando cinco fotografias que pinçamos entre centenas delas para dar um exemplo do que se diz como memória, ou seja, dar nome aos personagens e aos fatos gravados em certo momento por uma câmera fotográfica.

A fotografia maior mostra uma mesa composta por ilustres figuras. Pelo conhecimento próprio, chegamos a seguinte conclusão: estava se realizando um concurso de elegância feminina entre as freqüentadoras dos famosos Chás de Engenharia realizados na Sociedade Duque de Caxias, que ficava na esquina das ruas Dr. Murici e José Loureiro. Ao centro da mesa aparece dona Hermínia Lupion, na época a primeira-dama do estado. Quanto aos cavalheiros em seu entorno, um ou outro conhecemos. No palco vemos a então famosa Orquestra do Genésio. Não sabemos a data e a maioria dos nomes dos personagens.

Na segunda foto vemos nove lindas moças que faziam parte da seleção paranaense de basquete no início da década de 1950. Gostaríamos de registrar seus nomes, quem lembra de todas?

Quanto a terceira fotografia, temos certeza de que o goleiro que aparece nela identifica todos os companheiros. Time do Atlético, amador? Profissional? Em que ano? O goleiro, nada menos que o Ivan Pereira, está escalado para esclarecer as perguntas.

Finalmente terminamos com uma fotografia feita pelo mestre Arthur Wischral, devidamente identificada com a legenda: Saneamento de Curitiba – Canalização do Rio Água Verde – Rua Engenheiros Rebouças – Dezembro de 1950. Ao fundo vemos uma nesga das casas da Rua Buenos Aires. Se todas as fotos tivessem informações no verso como data, nomes, fatos e locais, a nossa história seria bem mais conhecida.

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