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O curitibano é obrigado, muitas vezes, a conviver com estranhas aparições no seu meio urbano. Personagens esquisitos, alucinados e outros enganadores que surgem e desaparecem como por encanto. As preferências dessas aparições se ligam ao centro da cidade, normalmente na Avenida Luiz Xavier e Rua XV de Novembro. Agora, como se não bastasse o surgimento de tais elementos, Curitiba está tomada por uma grande quantidade de vacas que não dão leite, obviamente por serem esculpidas em material plástico.

Não dão leite e, realmente, intrigam os moradores da cidade. Tantas coisas importantes para ser feitas e repentinamente espalham essa vacaria inútil por todos os cantos da cidade. Inútil? Nem tanto! Aquele pessoal que vem de fora pára, admira e ri das estátuas das vaquinhas. Alguns se reúnem em torno dos inofensivos e inúteis animais para tirar suas fotos e depois contarem em suas plagas o que viram na Capital Ecológica. As vacas de plásticos são um deleite para os forasteiros.

Como por aqui sempre uma vaca puxa outra, e na Nostalgia um assunto sempre desdobra outro, o Rubens, amigo velho de Paranaguá quando então, há mais de meio século, dávamos as nossas braçadas no antigo e ainda não poluído Rio Itiberê. Esse parnanguara nos fez recordar das vacas que freqüentavam a Costeira, o Campo Grande e o Rocio e que eram de fato atração turística pelo lance de gostarem de entrar na água para se refrescarem. Eram vacas vivas que passeavam de um lado para outro, que pastavam, ruminavam e forneciam leite.

Acreditamos que com a presença das vacas de plástico em Curitiba muita mãe tenha oportunidade de informar aos pequerruchos que o leite que vem em plásticos e pacotes são oriundos das mesmas e não das tetas das holandesas da Batavo. Para não avacalhar mais esta página, vamos direto para as fotos deste domingo que foram feitas pelo saudoso professor Ewaldo Schiebler, em Paranaguá.

A primeira e maior imagem nos mostra o antigo Mercado de Paranaguá numa movimentada manhã de 1930. À direita notamos a presença de uma vaca com seu bezerro e a razão de ambos estarem misturados ao público se dava ao fato de que o proprietário do animal vendia o leite, tirado na hora, para quem quisesse.

A segunda fotografia foi feita no antigo Campo Grande, aos fundos da Igreja de São Benedito. O turista curitibano encontra a vaca com seus dois bezerros ruminando a sombra dos flamboayantes que ali existiram. Não teve dúvidas: desceu do automóvel e posou para uma fotografia sentado em cima da vaca. A foto é de 1938.

Na terceira foto estamos na região conhecida como Costeira, mais propriamente no Furado do Itiberê, o hidroavião do Sindicato Condor se movimenta e as vacas em primeiro plano sequer tomam conhecimento da presença do mesmo. 1938.

Na quarta imagem vemos turistas embarcando no bondinho de mulas que os levará até o Rocio. Ao fundo o antigo guincho do Rio Itiberê. Meados da década de 1930.

A quinta fotografia mostra a grande atração de Paranaguá, a festa da Padroeira do Paraná na Igreja do Rocio. A imagem foi tomada em 15 de novembro de 1932.

Com a sexta fotografia terminamos esta Nostalgia onde as figurantes especiais foram as vacas que existiram em Paranaguá de antigamente. A foto nos mostra um quinteto daqueles animais à margem da baía ao pôr-do-sol tendo ao fundo a Igreja do Rocio e o Cais de Inflamáveis, que então se iniciava. Foto de 1938.

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