
O transporte que usamos para nos locomover através dos tempos passados é a nossa Nostalgia, que, por meio de fotos históricas, vem mostrando como eram as ditas outras épocas ou, como gostam alguns, os velhos e bons tempos. Hoje, para fazer um périplo pelo passado, iremos de bonde, um velho bonde que existiu em Curitiba e que virou sucata como último exemplar de uma época, abandonado em um canto da velha Estação de Bondes da Rua Barão do Rio Branco.
O bonde, primeiramente disputado e depois esquecido por quase três décadas, foi finalmente doado à prefeitura da capital. O sorridente prefeito que o recebeu fez mil conjecturas de como usaria o presente que recebia, em cerimônia na qual só faltou a banda de música. Seria recuperado, ficaria novinho em folha, seria exibido em praça pública para que a população soubesse como eram os bondes de Curitiba.
Coitado do velho bonde. Carregado de um lado para outro, continuou a sofrer os estragos do tempo e dos incompetentes. Apareceu um salvador de sucatas vindo de ultramares, trabalho fácil para ele. Pé-de-cabra, marreta e picareta deixaria o coletivo tinindo com tais ferramentas. As peças que faltavam as tomou de outra sucata estranha então jogada no Parque São Lourenço. Foi o serviço devidamente pago pelos concessionários do transporte coletivo da capital.
Velho bonde curitibano, transformado num Quasímodo de enxertos, foi destinado a ser exibido em praça pública, e lá pouco tempo ficou o nosso Frankenstein de lata. Envergonhado, foi recolhido para nunca mais aparecer. O atual prefeito, tomando uma atitude consoladora, chegou a falar em fazê-lo circular de novo pela velha Rua Barão do Rio Branco. Velho bonde, onde quer que você esteja, descanse em paz!
Rua 24 Horas. Funcionou muito bem em seu começo, as famílias curitibanas faziam ali seu ponto de encontro e por ela passeavam nas noites de sábados. Quando se retiravam, o espaço era ocupado pela juventude boêmia, que ali atravessava suas noitadas e os fins delas. Foi, a rua, se deteriorando e, com o tempo, de ponto de encontro e de lazer virou ambiente de confusão. Babel das madrugadas, onde a esbórnia das bebedeiras e outras drogas acabaram liquidando-a. Agora querem revitalizá-la, voltarão os botecos com as bebedeiras e as pancadarias? Ver para crer.
Está chegando a temporada de praias, e o pessoal que sai em férias se preparando para torrar o couro ao sol. Banho de mar em época de verão antigamente não existia; a praia era curtida no inverno, quando não havia perigo de se pegar a maleita. Roupas de banho, usadas como recato pudico e para proteção do corpo, faziam os banhistas voltarem como tinham ido, brancos como bichos de goiabas. Neste ano, as ditas enchentes de São Miguel anunciaram prejuízos para o comércio praieiro.
Vamos fazer uma coisa para que tal não aconteça, vamos rezar todas aquelas orações que aprendemos quando éramos crianças, para que o arcanjo Miguel e outras entidades celestiais não permitam ocorrências como as que estão se abatendo em vários estados do Brasil neste fim de primavera.
Apresentamos algumas fotografias significativas, fora do texto acima, como a do prefeito Cândido de Abreu, um dos melhores que Curitiba já teve, com a sua equipe que formava a Companhia Melhoramentos de Curitiba, em 1912. Vamos até a colônia Cruz Machado, onde temos a Escola Federal Emílio de Menezes, no município de Guarapuava, em 1920, com a presença do professor e a criançada aluna. Passamos para o outro lado do mundo, na Alemanha, onde vemos o detalhe de uma rua tipo da nossa desativada "24 Horas". É também da Alemanha a fotografia, feita no começo dos anos de 1900, das crianças rezando, imagem que se coloca em qualquer lugar do mundo cristão.
Banhistas na Ilha do Mel no final da década de 1910 é outra imagem que apresentamos. Fechamos com a Casa da Leonor, tipo Casa da Irene onde se bebe, se ri e se canta. No salão, a dona Leonor, sua bailarinas e seus músicos que funcionavam na zona da Coréia, à Rua General Carneiro, na década de 1950.
N.R.: No domingo que passou efetuei um desacerto ao citar que na fotografia onde aparecia uma dama entre dois Papais Noéis a mesma seria Dona Hermínia Lupion, quando de fato se trata da nossa ex-primeira-dama Flora Camargo Munhoz da Rocha. Minha escusa pelo cochilo de memória.









