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Praça Tiradentes, e o bonde que sumiu. |
Praça Tiradentes, e o bonde que sumiu.| Foto:
  • Tranqueira na calçada.
  • Blindados disputando espaço com pedestres.
  • Automóveis estacionados no calçadão.
  • Faixa para travessia de pedestres.
  • Placa para causar confusão.
  • Placa para causar confusão.
  • ... e calçada perfeita na Marechal Deodoro.

Hoje a Nostalgia vai sair fora do seu conteúdo normal, que é aquela viagem feita todo domingo, quando se visita o passado através de fotografias antigas. Neste mês em que completo meus 73, aquariano da gema, resolvi dar uma volta no futuro da cidade e obviamente com a câmera fotográfica em riste para registrar o que tem nas ruas desta Curitiba, que já não é mais aquela.

Tempo de chuva abundante, poças d’água se formam nas depressões das malfaladas calçadas de petit pavê, principalmente na Rua XV e na Avenida Luiz Xavier, calçadões recobertos com as tais falaciosas pedrinhas escorregadias. As irregularidades desse piso traiçoeiro são sentidas a olhos vistos no andar trôpego das pessoas. Já a Rua Marechal Deodoro, paralela à Quinze, ficou uma beleza com seu novo calçamento, planinho, planinho.

Agora dou um pulo até a Praça Tiradentes, onde haviam colocado o último bonde que circulou em Curitiba até 1952. Esteve abandonado na antiga estação da Rua Barão do Rio Branco por quase meio século, foi doado para a prefeitura e então resolveram que seria recuperado, colocaram o bondinho na Tiradentes, o serviço de restauro foi uma enganação, o que seria uma peça histórica na memória da cidade sumiu. Será que foi retirada por causar embaraço?

Está lá na Tiradentes, devidamente protegida, a descoberta de um revestimento de pedras que se ventila ser dos primórdios da tentativa de urbanizar o ambiente. Nada mais que sarjetas para proteger o largo da antiga Matriz de possíveis erosões causadas pelas enxurradas.

Viajar pela urbe curitibana tem surpresas interessantes como por exemplo as famosas placas de estacionamento para os automóveis. Existem as que são exclusivas para deficientes, e agora mesmo a nossa solerte prefeitura introduziu outras, especialmente para idosos com mais de 60 anos. Nem uma nem outra têm condições de ser fiscalizadas. Outro dia ouvi um rapagote dizer descaradamente para a funcionária do EstaR que era deficiente porque sofria de diabete. Esta segunda aconteceu aqui com o degas: a moçoila encosta a sua viatura bem na frente da placa para os idosos; ao ser criticada de que ali era um lugar para velhos argumentou ter aspecto de jovem graças a diversas operações plásticas. Durma com tal barulho!

O pedestre em Curitiba nada mais é que uma pessoa que enfrenta aventuras várias. Nas calçadas onduladas fica saltitando para escapar de empecilhos à sua circulação, desviando de carrinhos elétricos de entrega, bicicletas, ajuntamento de camelôs, carros blindados para valores, carrinhos de papeleiros e mais uma infinidade de outras tranqueiras.

Quando se consegue um tempinho para observar a paisagem urbana, o impacto é decepcionante, com os garranchos aplicados nas paredes por ditos grafiteiros, que fazem parte de um grupo de inconformados com a sociedade em que vivem. Com o vandalismo contra o transporte coletivo, vandalismo de que nem os repuxos das praças escapam quando presenciamos as espumas boiando em suas águas saturadas de sabão em pó.

Esta página de Nostalgia apresenta, sempre, fotografias evocativas de um passado tranqüilo da cidade em anos que já se foram, coisas que aconteceram às vezes há 80 anos, ou mais.

Haverá no futuro algo para mostrar aos pósteros de como era a nossa cidade e a nossa civilidade? Quem viver mais 80 anos saberá.

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