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 | Rogério Machado
| Foto: Rogério Machado

Gisella Amaral, mulher do ex-rei da noite carioca Ricardo Amaral, esteve em Curitiba no começo da semana para o lançamento da campanha de combate ao câncer de mama, Dia Rosa, no Graciosa Country Club. Ela tem percorrido o Brasil contando a milhares de mulheres como venceu quatro tumores nos seios e deu a volta por cima. O encontro, organizado por Andrea Muricy Leão e Marília Santos Maia, madrinhas locais da campanha, reuniu centenas de mulheres, entre elas a primeira-dama do estado e secretária da Família, Fernanda Richa. Na véspera, Gisella conversou com a coluna enquanto participava do coquetel de encerramento da campanha pelo Dia do Amigo a convite da empresária Beatriz Séra.

Você veio a Curitiba para participar do lançamento da campanha Dia Rosa, de combate ao câncer de mama...

Exatamente. Eu sou a coordenadora em todo o Brasil. Eu vou de Norte a Sul fazendo essa campanha e com um orgulho enorme porque, não sei se você sabe, tem uma estatística muito pesada que diz que a cada segundo morre uma mulher de câncer no mundo. E aqui no Brasil é uma estatística na base de cada meia hora, a cada uma hora, porque de 50 mil pessoas que sofrem de câncer por ano, um terço morre. Então, você vê que esta é uma campanha super necessária e importante. Toda mulher, depois dos 40 anos, tem de começar a fazer o auto-exame. E mais do que isso, fazer a mamografia.

Como é que você entrou nessa campanha?

Eu tive quatro tumores, justamente câncer de mama. Tive quatro simultaneamente e foi uma coisa muito bonita, faço questão de declarar isso. No mesmo dia fui para Miami, onde eu tinha apartamento, e depois para Nova York, e lá procurei o Memorial Hospital, que é a meca de todas as pessoas que têm câncer. Fui atendida pelo vice-presidente do hospital e ele me disse que nem era preciso extrair a mama porque eu tinha um tumor no quadrante externo superior etc e tal. E aí, conversando com ele, que era de descendência italiana, ele disse que não morava nos EUA, que estava lá para ensinar porque essa operação, chamada Sentinela, que estavam fazendo, os [médicos dos] Estados Unidos estavam recém-aprendendo. Ele tinha ido para ensinar. Porém, oito anos antes ele tinha feito esse curso com um médico brasileiro, de quem ficou muito amigo, o doutor Aristodemo Pinotti, que foi um grande médico em São Paulo, que lamentavelmente nós perdemos.

O oncologista José Aristodemo Pinotti...

Fantástico, fantástico! Quando ele falou isso, eu disse: "Então eu vou operar no Brasil. Primeiro, eu prefiro o carinhos dos médicos brasileiros, que é outra coisa. Os médicos brasileiros nos embrulham de atenção, de profissionalismo e os americanos são extremamente duros. Aqui no Brasil eles são muito mais fraternais. Então, eu preferi tratar no Brasil. Eu já conhecia o Dr. Pinotti porque uma irmã minha se tratou com ele. Mas o câncer de mama dela estava muito adiantado e ela morreu. Quando eu saí dessa consulta eu fui para um restaurante de Nova York, na Madison Avenue, e telefonei para o Dr. Pinotti. Era uma quinta-feira. Ele marcou a consulta para segunda e a cirurgia para terça-feira. Na segunda-feira, ele fez novos exames, olhou as chapas, tudo que eu tinha trazido de Nova York, e me disse: "Você não tem um, você tem três e possibilidade de ter quatro tumores". E assim foi e eu operei os quatro, fiz mastectomia. Mastectomia é tirar as duas mamas. Tirei, fiquei lisinha, lisinha [passa a mão sobre o peito]. Não tenho nenhum problema. Depois, a gente põe uma prótese.

Qual o seu conselho para as mulheres que estão passando pelo problema?

Lembrem-se: ninguém tem que ter medo de tirar. Tem todas as maneiras de enfrentar. Todas. Coragem, coragem! Cabeça erguida. Coragem, força. Que é tudo o que o tumor não gosta. Ele adora pessoa covarde. Que se entrega, vítima do mundo. Por que isso foi acontecer logo comigo? É o terreno que o câncer ama. Câncer tem uma influência psicológica enormíssima, enormíssima. É guerra? É guerra! Quer que eu enfrente? Eu enfrento! Sorriso, alegria. Cabeça pra cima. Porque aqui ele não vai encontrar campo fácil, minado, para ele dominar completamente. Pensa que eu tenho medo dele, que eu vou ficar deprimida, cair no chão chorando? De jeito nenhum! Vamos enfrentar e enfrentar com muita alegria, com muita coragem e por causa disso eu estou fazendo essas palestras.

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