Papai Noel cultural
Será no dia 1º de dezembro o lançamento oficial do primeiro edital do Programa de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná (Profice). A solenidade será realizada no Palácio Iguaçu e contará com a presença do governador Beto Richa e do secretário da Cultura, Paulino Viapiana, além de artistas, produtores, dirigentes de entidades culturais e empresários que irão conhecer em primeira mão o edital, resultado do trabalho iniciado em 2011.
Segundo Viapiana, o programa já tem garantidos recursos na ordem de R$ 30 milhões em 2015 para o fomento às atividades culturais via ICMS.
Festa no Pátio
O designer e joalheiro Jack Vartanian e sua mulher, a modelo Cássia Avila, grávida de quatro meses, serão os anfitriões da festa de inauguração da nova loja da marca em Curitiba, no Pátio Batel. O evento será na próxima quarta-feira, somente para convidados, a partir das 19 horas.
Liberdade suprema
O advogado e professor René Dotti faz sessão de autógrafos na próxima terça-feira de seu novo livro, Memória da Resistência Civil A Liberdade de Não ter Medo da Ditadura Militar à Democracia Civil, no Palacete dos Leões. Para Dotti, os que pedem nas ruas a volta dos militares são pessoas de boa-fé que não conheceram o horror do Estado policial que vivemos durante 21 anos.
O episódio do Papai Noel de um shopping de Curitiba que tapou os olhos de uma criança sentada em seu colo, na tentativa de obrigar os pais a pagar pela foto, teve grande repercussão nas redes sociais esta semana. O que era para ser o registro de um momento mágico para a criança acabou virando uma dor de cabeça para todos os envolvidos o Palladium Shopping Center agiu rapidamente e substituiu o desastrado Papai Noel diante da inusitada cena do bom velhinho cobrindo com a mão o rosto da garotinha. A imagem é emblemática em se tratando do personagem que encarna a bondade aos olhos dos pequenos. O bom velhinho em questão, sem dúvida, pisou na bola. Com ou sem intenção. Porém, nem tudo está perdido no reino local de Papai Noel. Há na praça um que foge ao padrão, pelo lado positivo. Darcy Antonio Nichetti, prestes a completar 71 anos, barba branca verdadeira, é um Papai Noel intelectual de formação. Ele usa todo o arsenal filosófico adquirido em duas universidades para atender as crianças que o visitam diariamente no Shopping Crystal.
Discípulo de Boff
Filósofo formado ele começou o curso na então Universidade Católica do Paraná e o concluiu na PUC de Petrópolis (RJ) , Darcy atua como filósofo clínico e dá aulas da disciplina no Centro Paranaense de Filosofia Clínica (Cepafic). Já lecionou História e Filosofia nos colégios Bom Jesus e Bagozzi e na juventude, quando pensava em ser frade franciscano, estudou Teologia e foi aluno do polêmico frei Leonardo Boff, seu conterrâneo de Concórdia. Ao ser perguntado sobre o incidente do colega de ofício natalino, Darcy é cauteloso e estuda as palavras: "Numa situação dessas teria que analisar toda a circunstância, não dá para julgar", opina, para acrescentar em seguida: "A questão não é nem o shopping nem o fotógrafo, se esqueceu da criança. O bom senso está acima da lei, ele resolve tudo". E encerra o assunto. Quando não está atendendo, ele se dedica a ler livros de Filosofia, imediatamente deixados de lado quando avista uma criança. Se ela reluta em cumprimentá-lo, Darcy pede que um dos pais se aproxime primeiro para a criança sentir segurança no contato. A técnica geralmente dá certo. O diálogo com os baixinhos foge do convencional para um Papai Noel de shopping center. Em vez de perguntar logo de presentes, ele dá conselhos sobre preservação ambiental pergunta se a criança fecha a torneira enquanto escova os dentes e se dorme de luz apagada. Para as mais velhas, chega a perguntar se separa o lixo orgânico do reciclável. "Faço disso uma oportunidade para semear alguma coisa além do óbvio", segreda. Mas não deixa de lado o objetivo intrínseco de todo Papai Noel, ainda mais de um templo dedicado ao consumo. "Afinal, existe essa expectativa do shopping. Só não faço disso a prioridade".
Saco de ideias para reflexão
Papai Noel há três anos (dois dos quais no atual emprego), Darcy Nichetti encara o ofício como um aprendizado e pretende escrever um livro "com um olhar diferente do Natal", com algumas reflexões existenciais. Para ele, ser Papai Noel é uma entrega, uma missão. A questão financeira é a que menos conta, diz. "O olhar de encantamento da criança e dos pais me traz uma energia muito forte", revela empolgado. Esse Papai Noel, definitivamente, não existe.
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