• Carregando...
  • Rubens Vandresen com a netinha Rafaela, de 6 anos, filha de sua única filha, Viviane. “Sou um homem de uma mulher só, uma mulher, uma filha, uma neta”, diz
  • Rubens em ação no início da carreira de cinegrafista, aos 19 anos, com uma calça “Agostinho”, segundo ele
zapeando
  • A marca Elyane Fiuza Luxury Bags promove hoje e amanhã bazar de Dia das Mães, com diversas marcas de roupas e acessórios convidadas, no Espaço Galícia (Largo da Galícia, 21, Bigorrilho), das 10 às 20 h, com entrada gratuita.
  • O advogado e professor João Casillo lança hoje o livro O ­Direito e a Filatelia – A Arte dos Selos, às 19 h, na Rua Lourenço Pinto, 500, com renda integral destinada à Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas.

O vovô orgulhoso da foto ao lado é o repórter cinematográfico Rubens Vandresen, que se aposentou após 45 anos dedicados ao GRPCom. A despedida foi com um churrasco organizado pelos colegas da RPC, na sede da emissora, em Curitiba, na noite de quarta-feira. Seu último cargo na empresa foi gerente de operações do Departamento de Jornalismo. A foto debaixo, feita em 1970, mostra Rubens aos 19 anos gravando uma matéria na frente dos antigos estúdios do Canal 12, na Rua Emiliano Perneta, com uma filmadora Auricom. Equipamento de última geração para a época. De lá para cá foram inúmeras matérias e reportagens – para ele, as mais memoráveis foram a construção de Itaipu, a grande enchente em União da Vitória, em 1983, e as garrafas lançadas ao mar por parentes de crianças desaparecidas no Paraná –. Para “a rede”, jargão que significa matérias veiculadas nos telejornais nacionais da Globo, foram igualmente inúmeras, inclusive as citadas acima. E uma delas lhe marcou profundamente. Rubens e este colunista, então repórter da TV Paranaense Canal 12, cobriam a enchente em um dos bairros de Curitiba banhados pelo Rio Iguaçu, próximo à saída para Paranaguá. De repente, uma moradora abre a porta da casa humilde de madeira, com a água batendo à porta. A mulher sai, desce alguns degraus submersos e passa a chave na porta. Em seguida, mergulha na água barrenta e fica só com metade do corpo para fora. A sensibilidade de Rubens ao captar o momento simbólico da tragédia foi percebida pelos editores nacionais da Globo, que transformaram a imagem em símbolo do assunto. Toda vez que a dupla Cid Moreira-Sérgio Chapelin chamava o assunto no Jornal Nacional, surgia atrás deles aquela cena até ser congelada na mulher quase submersa. Com ele aprendi uma pequena lição da qual nunca mais esqueci: segurar o microfone com a mão certa. Nunca com a mão do braço que cobre o rosto do entrevistado. Ou seja, se a pessoa está à direita, segura-se com a mão direita e vice-versa. Num outro episódio, cobríamos outra enchente na região metropolitana de Curitiba. Usávamos um pedalinho para percorrer as ruas alagadas até que o brinquedo começou a ­fazer água e a afundar lentamente. Com a ajuda de um remo emprestado, nos aproximamos de um poste que Rubens agarrou com vontade e o largou quase instantaneamente: as aranhas o tinham visto antes e estavam lá em bando, agarradas a ele, desesperadas.

Também na Gazeta

Rubens Vandresen também atuou, em paralelo, por 22 anos, como repórter fotográfico na Gazeta do Povo, de 1971 a 1992. Emplacou muitas capas e fotos de fatos e personagens marcantes. Depois, continuou no grupo, mas somente na televisão, da qual agora vai virar telespectador com o mesmo olhar apurado e inquieto que marcou sua trajetória de sucesso na máquina de fazer louco.

Dê sua opinião

O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]