Acho que os jornalistas brasileiros que cobrem a Copa deveriam firmar um pacto: ou fazerem todos os trocadilhos possíveis com "Gana" agora, e liquidarem o assunto, ou não fazerem nenhum. Eu pretendo me conter.

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Nenhum grande vexame, nenhuma grande surpresa – está sendo uma Copa lógica. A própria Gana cumpre um papel tradicional em Copas, o do país africano que surpreende, engana (desculpe) ou não e geralmente só vai longe o suficiente para festejarem em casa. Ou então a falta da qualquer zebra até agora seria o prenúncio de uma grande zebra por vir, a vitória de Gana sobre o Brasil, ein katastrof monumental, um... Mas não. Acho que nos encaminhamos para uma final perfeitamente previsível. Só não me peçam para fazer a previsão.

Algumas pequenas surpresas, como o Equador e a Austrália, e alguns semimicos. A França estava custando a voltar à Terra depois da sua vitória em 98. Ganhou ontem, se classificou em segundo no seu grupo, pode crescer, mas ainda está devendo futebol. E a República Tcheca não correspondeu à propaganda que a precedeu. Aliás, como o Brasil. No mais, ninguém que apostou no óbvio, em cada chave classificatória, errou.

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Não vi todos os jogos até agora mas vi a maioria. Alemanha, Argentina, Espanha e o Brasil do terceiro jogo foram os times que se destacaram da mediocridade, pontilhada de poucos brilhos individuais, que se viu. Melhores momentos: a Argentina nos seis a zero, a Espanha, a Suécia quando decidiu amassar a Inglaterra, o Brasil quando deu certo.

O futebol também está previsível. A não ser por alguns aventureiros argentinos, raramente se vê ataques tramados pelo meio, com a bola no chão, tornados inviáveis pela densidade demográfica das defesas. Está todo o mundo recorrendo à bola levantada na área, e viva a Inglaterra.

Alemanha, Equador, Inglaterra, Suécia Argentina, Holanda, Portugal, México, Itália, Gana, Brasil, Austrália, França e Suíça. O futebol, afinal, tem lógica. Enquanto dura.