| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Completou 60 dias nesta sexta-feira (4) a paralisação de serviços do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A greve deflagrada em julho afeta vários setores. O número de processos parados é tamanho que, na avaliação do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs), caso a greve terminasse neste feriado, os serviços seriam regularizados no Paraná somente em março de 2016. Ainda nesta sexta-feira (4), os médicos que realizam as perícias nas agências da Previdência Social – requisito básico para benefícios como auxílio-doença e aposentadoria especial – também entraram em greve, o que deve agravar ainda mais o impacto da paralisação do órgão.

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Greve ganha reforço com paralisação de médicos

Os médicos que realizam as perícias nas agências da Previdência Social também entraram em greve nesta sexta-feira, o que reforça a paralisação no INSS em todo o Brasil. A perícia médica é requisito para benefícios como auxílío-doença, aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial e, para reconhecimento de acidentes de trabalho.

No primeiro dia de greve, o atendimento era parcial em Curitiba na manhã desta sexta. Apenas na unidade do Hauer nenhum médico dava expediente ao público. Na agência Visconde de Guarapuava, quem tinha perícia agendada pela manhã estava sendo atendido normalmente. Também havia atendimento nas agências Rua XV de Novembro e Cândido Lopes.

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Segurados que procuram procedimentos que envolvem aposentadorias enfrentam dificuldades maiores, segundo aponta o Sindprevs. A prioridade com a paralisação é dada para agendamento de pensões e salário maternidade, de acordo com o diretor jurídico do sindicato, Nelson Malinowiski. Eventualmente, algumas agências podem fazer serviços relacionados a aposentadorias, segundo o diretor, mas não há um balanço do sindicato de quais estão recebendo esses processos. “Todas as agências estão com portas abertas, mas estão trabalhando em ritmo menor”, diz o diretor.

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O sindicato não tem um balanço de servidores que estão parados. De acordo com o diretor, o número oscila de acordo com as agências, mas a Região Metropolitana de Curitiba seria um dos locais mais afetados, já que, segundo ele, as sedes do INSS na RMC atendem 40% dos pedidos de segurados de toda a região Sul do Brasil.

Sobre o atendimento, o Ministério da Previdência Social (MPS) reconheceu que a paralisação acarreta problemas para a população. O órgão ainda informou que uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de 13 de agosto determina que, durante a greve, sejam mantidos o atendimento por 60% dos servidores do INSS.

Falta de funcionários

Uma das reivindicações dos servidores é a falta de funcionários. Em todo o Brasil, são 36 mil servidores do órgão. Segundo José Campos, membro do comando nacional de greve da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), desse total 11 mil estariam em condições de aposentadoria. “O número de contratações necessárias é ainda maior do que esses 11 mil porque houve um crescimento de demanda e houve expansão no número de agências”, explica.

Desde as vésperas das eleições presidenciais de 2010, segundo Campos, houve aumento de 500 agências do instituto em todo o Brasil. No Paraná, são 1,6 mil funcionários que trabalham nas 74 agências do órgão e atendem 1,450 milhão de paranaenses. Após reuniões com o governo federal em Brasília na quinta-feira (3), houve alguns avanços nas negociações, mas as propostas da União para os servidores ainda são consideradas insuficientes. Os grevistas pedem reajuste de 27,3%, parcelado no máximo em dois anos.

Ainda nesta sexta-feira (4), a União fez uma nova proposta de reajuste a todos os servidores federais, de cerca de 10,8% em dois anos.

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