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Ainda ontem, dezenas de professores permaneceram acampados em frente do Palácio Iguaçu | Antônio More/ Gazeta do Povo
Ainda ontem, dezenas de professores permaneceram acampados em frente do Palácio Iguaçu| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

No estado

Movimento foi para as ruas nas cidades do Interior

Tatiane Salvatico, do Jornal de Londrina, Maria Gizele da Silva, da sucursal, e Lilian Céspedes, especial para a Gazeta do Povo

Aproximadamente mil pessoas, entre professores, servidores e alunos dos colégios estaduais de Londrina, participaram de uma passeata pelas ruas do centro da cidade na manhã de ontem. A manifestação começou por volta das 10 horas na Avenida Juscelino Kubitschek e seguiu por pouco mais de uma hora até a Avenida Maringá, onde está localizada a sede do Núcleo Regional de Educação. A manifestação ocorreu de forma pacífica.

Segundo o sindicato, pouco mais de 80% dos 3 mil professores da cidade pararam as atividades ontem O núcleo afirmou que apenas 12 das 73 escolas estaduais de Londrina estavam totalmente fechadas.

Em Ponta Grossa, a greve geral dos professores estaduais atingiu parcialmente a categoria. Conforme o APP-Sindicato, 90% dos docentes aderiram ao movimento no segundo dia da paralisação. Segundo o núcleo de Ponta Grossa, que abrange 11 municípios, 55% das escolas têm aulas parcialmente e 8% estão completamente sem aulas.

Em Foz do Iguaçu, o núcleo confirmou ontem que 72% dos professores haviam aderido à greve. Um total de 864 servidores – entre professores e funcionários – paralisaram as atividades. Das 30 escolas estaduais de Foz do Iguaçu, 18 escolas ficaram sem atendimento; as outras 12 funcionaram parcialmente.

Segundo a diretora do núcleo de Foz, Ivone Aparecida Müller, todas as escolas foram notificadas para manter as portas abertas.

  • Em Londrina, uma passeata aconteceu na manhã de ontem

No segundo dia de paralisação dos professores da rede estadual, o governo apresentou novas propostas à categoria. A greve, no entanto, será mantida hoje. Somente no sábado, em uma assembleia geral, é que os professores decidirão se aceitam a oferta do governo estadual ou não.

Em reunião que durou mais de cinco horas ontem com membros do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), o governo estadual propôs uma compensação financeira para suprir a quantidade de horas-atividade reivindicadas pelo sindicato. O pagamento seria efetuado parcelado entre os meses de agosto a dezembro.

Segundo a proposta, a partir de 2015, a hora-atividade passaria para os 33% do total do tempo do professor na escola – índice reivindicado pela categoria. Hoje, os professores têm 30% de hora-atividade – que é o período em que os docentes não entram em aula e se dedicam à formação continuada, correção de provas e planejamento de aulas. O sindicato afirma que para cada 20 horas semanais de trabalho seriam necessários sete horas de hora-atividade. Hoje são seis horas.

Por outro lado, o governo estadual propôs, segundo a assessoria de imprensa, que o aumento salarial da categoria seja mantido conforme a inflação – em torno de 6%. A categoria cobra 8,32% de reajuste, conforme havia sido estipulado pelo Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). O governo alega que o Paraná paga atualmente R$ 3.005,94 mensais ao professor que atua 40 horas semanais, o que é 70% a mais que o piso nacional. Até o fechamento desta edição o governo não tinha divulgado a integridade das propostas.

Escolas fechadas

Ontem, no segundo dia da paralisação, o APP-Sindicato estimou que 80% dos 73 mil professores do estado tenham cruzado os braços ontem. Os professores mantiveram pelo segundo dia seguido um acampamento montado em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, em Curitiba.

Já a Secretaria de Estado da Educação (Seed) divulgou uma nota no fim da tarde de ontem apontando que apenas 15,9% das 2.149 escolas estaduais paralisaram totalmente as atividades; 60,1% das unidades da rede estadual tiveram atendimento parcial; e 24% dos colégios funcionaram normalmente.

Em nota, a Seed explicou que as escolas estaduais devem ficar abertas para receber os alunos. Os professores que não aderirem à paralisação organizada pelo sindicato da categoria precisam ter condições de trabalhar normalmente, independentemente do número de alunos presentes, para que possa ser considerada a carga horária ofertada ao aluno e cumprida pelo professor. "Os Núcleos Regionais de Educação receberam novos relatos sobre professores que queriam trabalhar e foram impedidos de entrar nos colégios por manifestantes. Os casos serão apurados pelas ouvidorias dos núcleos", afirmou a Seed em nota.

O APP-Sindicato rebateu a informação, afirmando que recebe "denúncias de educadores sobre ações dos Núcleos Regionais de Educação, que continuam encaminhando um documento para as escolas, ameaçando com a rescisão de contrato para os professores PSS [regime de vagas temporárias] que participam da greve e aqueles que estão em estágio probatório".

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