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Depoimento

O estoquista Fabricio Proteus Chaves, 22, baleado por policiais militares durante o protesto contra a Copa, no último sábado, disse em depoimento à Polícia Civil que levou um tiro antes de sacar um estilete que tinha no bolso. A versão é diferente da apresentada pelos policiais. Os PMs dizem que o primeiro tiro foi disparado só após Fabrício tentar atacar um deles com o estilete. O episódio ocorreu em Higienópolis, quando os jovens deixaram a manifestação. Fabrício foi ouvido no leito do hospital. Por estar com o braço paralisado, não conseguiu assinar o depoimento, mas deixou suas digitais gravadas no documento.

O grupo organizador do protesto contra a Copa do Mundo realizado no último sábado em São Paulo criticou a atuação da Polícia Militar durante o ato, em que um jovem de 22 anos foi baleado. O grupo convocou mais uma manifestação para o dia 22 de fevereiro.

O protesto, segundo o coletivo, acontecerá às 17 horas na Praça da República, região central da capital paulista – mais de 4,5 mil pessoas já confirmaram a presença na manifestação.

Para os organizadores, o ato do último fim de semana foi convocado com objetivos pacíficos e previamente acordados com a Polícia Militar. A PM, disse o grupo, descumpriu essas garantias.

"Os objetivos foram publicamente expressos em manifesto na presença da Polícia Militar. Esta polícia garantiu: um, a presença de duas ambulâncias; dois, a não obstrução das ruas durante o curso do ato; e três, a não utilização de armas letais. Garantias que foram sumariamente descumpridas", disse Denis Jacob Machado, 28 anos, representante do coletivo "Sem direitos não vai ter Copa".

Procurada, a PM ainda não se manifestou a respeito da acusação.

O coletivo também criticou a ação da polícia durante a abordagem de manifestantes que entraram em um hotel na rua Augusta durante a manifestação. Em um vídeo feito pelo fotojornalista Felipe Larozza é possível ver policiais do Batalhão de Choque invadindo o hotel com escopetas com munição de bala de borracha atrás de manifestantes.

"Algumas pessoas que pediam calma aos policiais se demonstraram pacíficas, mas foram detidas. Se já não bastasse esses exageros, todos nós vimos as imagens dos abusos da polícia militar contra as pessoas acuadas em um hotel", disse Machado.

Segundo a polícia, o Choque entrou por solicitação dos funcionários e os disparos foram feitos para o chão.

Armas letais

O grupo também pediu o fim do uso de armas letais em manifestações populares. "Os acontecimentos do último sábado demonstram porque armas letais jamais deveriam ser usadas em manifestações populares de qualquer natureza", afirmou Machado.

Logo após o protesto contra a Copa do Mundo no centro de São Paulo, o estudante Fabrício Nunes Fonseca Mendonça Chaves, 22 anos, foi alvo de três tiros, disparados por dois PMs, em Higienópolis, logo após o ato que acabou em vandalismo, com agências bancárias e lojas depredadas.

O estudante ferido pelos PMs continua internado em estado grave na Santa Casa de São Paulo. Os tiros causaram hemorragia e a perda de um testículo.

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