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O desfile da Beija-Flor foi bastante técnico, com carros grandiosos e com riqueza de detalhes | REUTERS/Pilar Olivares
O desfile da Beija-Flor foi bastante técnico, com carros grandiosos e com riqueza de detalhes| Foto: REUTERS/Pilar Olivares
  • Desfile da Mangueira
  • Destaque da Grande Rio
  • Carro alegórico da São Clemente

Atual vice-campeã do Carnaval do Rio, a Beija Flor fechou na madrugada desta segunda-feira (3) o primeiro dia de desfiles na capital fluminense com uma homenagem ao ex-diretor geral da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, 78 anos, o Boni. Para isso, a escola também desenvolveu a história da comunicação ao longo do desfile.

A comissão de frente da escola trouxe integrantes representando peças vivas de xadrez e um bando componentes como beija-flores "voando'', suspensos por cabos. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira estavam integrados à comissão de frente.

O desfile da Beija-Flor foi bastante técnico, com carros grandiosos e com riqueza de detalhes. A segunda alegoria, por exemplo, trouxe um enorme dragão com um elaborado jogo de iluminação, que mudava de acordo com a coreografia das bailarinas.

Na primeira metade do desfile, a Beija-Flor abordou a história da comunicação, passando, por exemplo, pela prensa de Gutenberg, além de ícones que renovaram a técnica, como e seus ícones. O homenageado desfilou em frente à bateria, fantasiado de Charles Chaplin, assim como os ritmistas.

Outro carro que chamava a atenção era dedicado à era do rádio, com alegorias representando as cantoras Carmen Miranda, Maysa e o compositor Dorival Caymmi.Artistas da Rede Globo compareceram em peso em um dos últimos carros do desfile. Entre eles estavam Regina Duarte, Lima Duarte, Renato Aragão, Luciano Huck, Angélica, Faustão, Tarcísio Meira, Glória Menezes e Tony Ramos.

SalgueiroPenúltima escola a desfilar, a Salgueiro empolgou o público. Com o refrão "Oxum Iemanjá Iansã Oxóssi Caçador / Ossain Ogum caô meu pai Xangô'', o samba sobre a criação do mundo e a sobre a preservação da natureza levantou a arquibancada da Sapucaí.

A comissão de frente veio com um truque de levitação. Uma integrante que representa Gaia era erguida num tripé e parecia voar. Ao lado dela bailarinos representavam os quatro elementos.

Mais adiante, ainda no primeiro setor, a escola mostrou a versão da mitologia africana para a criação da Terra. O orixá Olorum, criador do mundo, era representado por um componente da escola que espalhava pétalas pela avenida.

Outras versões para a criação do mundo também foram lembradas, como a versão hindu, representada por um enorme templo.Os carros alegóricos da escola impressionaram. Um deles, com uma serpente azul destoava das tradicionais cores vermelho e branco da escola.

Por fim, a escola apresentou uma versão trágica do mundo, com seus recursos naturais destruídos.

Por todo desfile, a escola era acompanhada pelo coro das arquibancadas. O canto só foi substituído pelo grito de "É Campeão!''.

Mangueira

Quarta a entrar na avenida, a Estação Primeira de Mangueira apostou no tema sobre festas populares brasileiras para acabar com o jejum de títulos do carnaval do Rio, que já dura 11 anos. Como de costume, a escola levantou os foliões desde o seu samba-exaltação "Mangueira, seu cenário é uma beleza'', e coloriu a avenida com suas tradicionais cores verde e rosa.

A bateria da escola deu um show a parte, com potente "ataque'' de tamborins, justificando a troca de seu nome antes conhecida como "Surdo 1?, foi rebatizada de "Tem Que Respeitar Meu Tamborim". Por diversas vezes, a rainha de bateria, Evelyn Bastos, 20, foi elevada por uma plataforma, em meio aos ritmistas.

Ao final do desfile, uma alegoria ficou presa na marquise usada por cinegrafistas de TV, na Sapucaí. Para não comprometer a evolução do desfile, a escola avançou com o carro alegórico, que acabou danificado. A escultura de um índio perdeu parte da cabeça.

Um dos componentes da escola afirmou à Rede Globo que o sistema que controlava a altura da escultura não funcionou.

No carro abre-alas, a principal atração foi uma tirolesa, que transportava integrantes entre duas composições. Ao longo das alas e alegorias da Mangueira, foram representadas festas tradicionais como o Bumba Meu Boi e o Festival Folclórico de Parintins.

Outro setor de destaque, já no fim do desfile, abordou o casamento gay. Uma das alegorias, que homenageou a Parada Gay de São Paulo, contou com integrantes saindo de armários, alternando roupas masculinas e corpetes de dançarinas de cabaré."Os caras já estavam se beijando à vontade'', brincou o coreógrafo da Mangueira, Carlinhos de Jesus, sobre uma das alas do setor, que representava um ''beijaço gay''.

São Clemente

Com um desfile morno, a São Clemente não conseguiu atrair o público, exceto em sua comissão de frente. Bailarinos representavam os favelados de ontem e de hoje, trocando de roupas do início do século 20 para atuais, com uma "pegada funk''. A própria alegoria de apoio à comissão também mudava de cenário: saiam casas de madeira e entravam de alvenaria.Aliás, essa foi a tônica das alegorias. O abre-alas, que apresentou problemas, trazia a guerra de Canudos seu ex-combatentes formaram a primeira favela do Rio.

O funk voltou a ser retratado em um carro, com uma "gaiola da popozudas'' e uma grande escultura que lembrava o cantor Naldo Beny. O funk também aparecia numa batia da bateria.

Grande Rio

Segunda escola a entrar na Marquês de Sapucaí, a Grande Rio levou para a avenida a cidade de Maricá, que completa 200 anos. A escola, no entanto, buscou não fazer uma abordagem histórica da cidade. Com a intenção de inovar, a escola desenvolveu o desfile a partir das impressões e experiências da cantora Maysa, que passou parte de sua vida na cidade da Região dos Lagos.

Império da Tijuca

Ao abrir os desfiles, a Império da Tijuca conseguiu empolgar o público graças a um samba forte e às referências à cultura africana em seu enredo "Batuk" - que teve de passo de capoeira a um abre-alas no qual tambores cenográficos emitiam sons de atabaques.

O público cantou o samba e aplaudiu muito especialmente nos setores populares. A bateria foi outro destaque, sustentada apenas pelo naipe de atabaques (instrumento que não é usado nas escolas de samba) durante uma parada dos demais instrumentos.

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