Anabel Sabatine (PSDB) quase renunciou ao cargo de prefeita de Jandira (SP) na noite de quarta-feira (15), dois dias depois de sua posse. Apesar dos dois guarda-costas e do carro blindado à disposição, ela está com muito medo de ter o mesmo fim de seu antecessor, o tucano Braz Paschoalin, executado a bala há uma semana.
A prefeita chamou os aliados e comunicou sua disposição em desocupar a cadeira de administradora dessa cidade de 120 mil habitantes e orçamento de R$ 162 milhões marcada por uma rotina de violência. Mas recuou.
"Cheguei mesmo a pensar na renúncia por causa desse monte de crimes, a gente fica muito assustada", ela conta. "Essa morte do Braz não foi a única, ela vem de há muito. Políticos assassinados aqui na nossa porta. Eu me desesperei. É muita coisa que vem para cima da gente. Está sendo difícil encarar um negócio desses. Mas afastei essa ideia da minha cabeça e resolvi ficar porque quero uma Jandira limpa."
Paschoalin foi o terceiro político da cidade morto este ano. Em julho, foram assassinados o ex-vereador Mineiro (PDT) e Ivo do Gás, suplente de vereador.
Anabel sentiu-se intimidada quando Wanderlei Aquino, o secretário de Habitação preso pela polícia ontem de manhã, a procurou em seu gabinete no início da noite da quarta. Ele queria assumir a qualquer custo a Secretaria de Governo e o controle sobre contratos e licitações da prefeitura. A prefeita não concordou.
Servidores relatam que Aquino teria sido agressivo e que Anabel chegou a fazer boletim de ocorrência na delegacia. "Ele não foi hostil, concordou com minha decisão e não fui à polícia", garante a prefeita. "Não me senti ameaçada. Agora tenho de encontrar um nome para substituí-lo na Habitação. Tenho de ser muito equilibrada, a gente não pode errar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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