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O maior grupo agrícola dos Estados Unidos, a Federação Norte-americana de Agricultura (AFBF, na sigla em inglês), declarou nesta quinta-feira que apóia estender a atual lei de subsídios agrícolas americana, por "pelo menos um ano", como resposta ao colapso das negociações de comércio mundial.

A lei, que entrou em vigor em 2002 e vence em setembro de 2007, elevou as ajudas a lavouras agrícolas e ao setor lácteo em 67%.

Composta por 6 milhões de membros, a AFBF disse que a ampliação dos subsídios, que somam na média US$ 20 bilhões por ano, daria aos produtores "o apoio de que precisam para sobreviver no atual ambiente litigioso do comércio global."

O presidente da AFBF, Bob Stallman, afirmou que o grupo também defende a extensão imediata da lei que garante uma votação imediata no Congresso de acordos comerciais. Isso é fundamental para buscar pactos bilaterais e regionais que sejam favoráveis, afirmou ele, ou um acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC), se as negociações forem retomadas.

"O tempo acabou para um acordo na OMC antes que a lei agrícola passe por uma reforma no Congresso", disse Stallman à agência Reuters.

- Então o que estamos dizendo é: precisamos estender a atual lei agrícola por pelo menos um ano, talvez mais.

Uma ampliação incluiria modificações para assegurar que a ajuda aos agricultores norte-americanos atenda aos limites da OMC, incluindo uma determinação do órgão de que os EUA reduzam seus subsídios ao algodão, resultante de uma queixa feita pelo Brasil.

A medida poderia afetar o mecanismo de preço de apoio para trigo, grãos para ração e soja. Ela também poderia alterar a proibição da produção de frutas e vegetais em terras elegíveis para subsídio.

As negociações para um acordo comercial global foram suspensas na segunda-feira, entre reclamações de que os países não estavam oferecendo cortes suficientes em subsídios domésticos ou acesso a mercado. Ainda não foi estabelecida uma data para retomar as conversas.

Líderes de comitês de Agricultura do Congresso dos EUA têm dito que preferem uma lei agrícola de longo prazo a uma extensão de vida curta. O presidente de Agricultura no Senado, Saxby Chambliss, da Georgia, disse na quarta-feira que gostaria de uma lei que valesse por cinco anos, pelo menos.

- Não estamos impedindo isso. Estamos dizendo pelo menos um ano - disse Stallman

Até agora, a AFBF disse que o programa agrícola deveria vigorar até que as negociações da OMC fossem concluídas.

- A análise é bem simples. Você não entra nessas negociações sem alavancagem - disse ele, acrescentando que os pesados subsídios eram a alavancagem para fazer com que outros países concordassem em reduzir seus subsídios distorcidos ao comércio, e para remover barreiras às importações agrícolas.

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