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Após o fim do verão e com a diminuição do número de casos de dengue – que ainda são preocupantes –, municípios agora precisam focar na prevenção, o aspecto mais importante para erradicar a doença e que tem sido negligenciado pelas autoridades sanitárias nos últimos anos. Com fim do período de 90 dias em que a prioridade foi combater criadouros do mosquito e atender pacientes contaminados, o Paraná corre para colocar em prática o Programa de Controle da Dengue, que trará metas para os municípios ao longo do ano, numa tentativa de evitar que, em 2012, no início do verão, haja uma nova explosão de notificações.

A trégua dada pela chuva e as temperaturas mais baixas provocaram diminuição no número de notificações em abril, em comparação com o mês de março. De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na sexta-feira passada, abril concentrou 14.810 notificações, contra 20.784 em março. Desde o início do ano, foram 48.297. Houve diminuição também em relação a abril do ano passado, quando foram registradas 21.469 notificações. Já as confirmações aumentaram nos últimos 30 dias – foram 6.074 em março e 8.017 em abril. Em abril do ano passado, houve 5.213 confirmações.

Comitês

Mesmo com o clima menos propício, a situação ainda é crítica para 25 municípios, que continuam enfrentando situação de epidemia, como é o caso de Cornélio Procópio, o primeiro da lista, e que ainda precisa concentrar forças em questões básicas, como atendimento a doentes, antes de iniciar os trabalhos de prevenção. Essa, aliás, é uma questão delicada para os municípios. Sem estrutura, muitos dependem do estado para elaborar planos de controle, como mostram os números: dois terços não possuem um comitê de mobilização contra a dengue, órgão base no processo de erradicação da doença. E quase o mesmo número não possui sequer ouvidoria para acompanhar denúncias de criadouros.

"Os comitês são muito importantes. Com eles a população não apenas controla os casos, ela se mobiliza contra o aumento da doença. Sem o comitê, ela muitas vezes nem sabe do risco que está correndo", diz o superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, Sezifredo Paz. Ele afirma que, com o plano em vigor, a secretaria cobrará das prefeituras a instituição dos comitês. "Basta que o secretário de Saúde baixe uma resolução, ou o prefeito um decreto. O problema é conscientizar os gestores. Muitos só pensam nisso quando ocorre a epidemia."

Além dos comitês e das ouvidorias, o plano traça outras metas para as secretarias municipais, como catalogar hospitais de referência que podem atender a população em caso de surto ou epidemia. Também serão capacitadas equipes de saúde, visando diagnosticar mais rapidamente e com mais precisão os casos da doença. Por fim, o órgão promete aumentar a fiscalização e a transparência em relação aos números da dengue, enviando periodicamente relatórios ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado, à Câmara de Vereadores e à imprensa so­­bre os municípios que não estão cumprindo as metas.

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