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São Paulo – O pagamento do novo salário mínimo vai injetar uma renda extra de quase R$ 2 bilhões por mês na economia a partir de maio, ajudando a sustentar a recuperação do mercado interno. Em um ano, o incremento chega a R$ 25,4 bilhões, estima o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

De acordo com o Dieese, 39,9 milhões de brasileiros têm seu rendimento referenciado no salário mínimo, que passou de R$ 300 para R$ 350. Cerca de 16 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Além do aumento de R$ 50 no mínimo, o consumo tem sido favorecido pelo crescimento da massa de rendimentos do trabalho, estimulado pela retomada do emprego.

O ritmo de atividade de indústrias voltadas para o chamado setor de bens de consumo, que inclui alimentos, produtos de limpeza, higiene pessoal e material de construção, entre outros, dá sinais de aceleração, o que abre perspectivas para o crescimento da economia em 2006.

Alimentos

A Caramuru Alimentos, maior processadora de grãos de capital nacional no país, com faturamento anual de R$ 1,5 bilhão por exemplo, registrou aumentos de 10% a 16% nas vendas de óleos, pratos pré-cozidos e farinhas nos últimos três meses, comparadas com igual período do ano passado. "O mercado está reagindo bem", diz Cesar Borges de Sousa, vice-presidente da Caramuru.

No setor de artigos de higiene pessoal, o faturamento das empresas no trimestre cresceu 16%, em média, informa a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Para o ano, a estimativa inicial da entidade é de crescimento de 14% no faturamento do setor, número que deverá ser revisto para cima.

As vendas de embalagens de papelão ondulado consideradas um dos termômetros do ritmo da atividade econômica também surpreenderam.

De acordo com a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), foram expedidas 526,4 mil toneladas nos primeiros três meses do ano, o que representou crescimento de 5 9% em relação a igual período de 2005 (497,1 mil toneladas). "Esperávamos entre 3,5% e 5%", diz Paulo Sérgio Peres, presidente da entidade. "No ano passado, o mercado interno mais patinou do que andou. Qualquer melhora no consumo tem reflexo nas vendas do setor. É o que estamos assistindo agora."

O varejo de material de construção está otimista com a recuperação da massa de rendimentos da população. Nos últimos três meses, as vendas aumentaram 6% sobre igual período de 2005. "Ainda não temos um espetáculo do crescimento , mas é um número interessante", diz Cláudio Elias Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). A expectativa é de que as vendas cresçam entre 6% e 7% neste ano.

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