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O Paraná tem 540.189 analfabetos com 15 anos de idade ou mais, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios (Pnad), feita em 2004. Além disso, dos 64 municípios brasileiros considerados "livres de analfabetismo" pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Unesco, apenas três estão no Paraná. São eles, Curitiba, Entre Rios do Oeste e Quatro Pontes (ambos localizados no Oeste do estado). "Isso é uma vergonha para todos nós. O que estamos tentando fazer é dar a volta por cima", afirmou, ontem, o secretário estadual de Educação, Maurício Requião, durante o lançamento oficial da 4.ª edição do Programa Paraná Alfabetizado.

O programa pretende erradicar, até 2010, o analfabetismo do estado, ensinando pelo menos 100 mil paranaenses por ano a ler e escrever. O Paraná Alfabetizado é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seed) nos moldes do programa federal Brasil Alfabetizado. O lançamento contou com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad, do governador em exercício, Orlando Pessuti, e de alfabetizandos beneficiados pelo programa. "O Paraná vem caminhando bem com um modelo de alfabetização muito interessante que nos chamou atenção e pode ser adotado em outros estados", elogiou Haddad.

Para atingir a meta de erradicação nos outros 396 municípios do Paraná, a Seed precisa reduzir o analfabetismo a no máximo 4% da população. Em quase 100 deles isso deve acontecer a partir desta edição do Paraná Alfabetizado. Segundo o coordenador do Paraná Alfabetizado, Wágner Roberto do Amaral, o estado não está longe da meta, pois a Pnad apontou um índice de 5,3% da população paranaense de analfabetos em 2004. Assim, segundo ele, para se chegar em 4% não seria um pulo tão grande.

O número de analfabetos no Paraná, porém, pode ser maior do que apontam as pesquisas por causa do preconceito, segundo o secretário de Educação. "Nos depoimentos de nossos alunos temos casos de quem finge ler a Bílblia quando está na igreja. Eles têm vergonha de confessar que não sabem. Nós precisamos romper esse preconceito", diz Maurício. "Precisamos da perenização do programa e da redução da evasão. Só o estado não garante, precisamos de toda a sociedade", complementa Amaral.

Ivanete Alves de Araújo, 53 anos, é um desses casos de luta contra a evasão. Ela freqüenta uma turma do Paraná Alfabetizado desde 4 de junho e já está aprendendo a formar as primeiras sílabas. Antes disso, porém, já havia passado por dois processos de alfabetização que largou no meio porque tinha de trabalhar. Dessa vez promete que vai ser diferente. "Eu ainda quero ser professora", diz.

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