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Começou por volta das 10 horas desta terça-feira (16) a audiência de instrução e julgamento de Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, apontado como o autor do crime do Morro do Boi, na praia de Caiobá, em Matinhos, no litoral do Paraná, no início do ano. A sessão deverá ter o depoimento de 16 pessoas, entre defesa e acusação, e estava marcada para começar às 8h30, mas sofreu atraso por conta da demora na chegada da estudante Monik Pegorari de Lima, de 23 anos, vítima do crime.

Monik e o namorado dela, o estudante Osíris Del Corso, de 22 anos, foram baleados no dia 31 de janeiro no Morro do Boi, no litoral do Paraná. Corso morreu na hora e Monik ficou várias horas no local do crime até ser resgatada pela polícia.

Nesta manhã, na entrada do Fórum, o acusado, Monik e o delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura, que chefiou a investigação que terminou na prisão de Pinto, se negaram a falar com a imprensa. Já o advogado do acusado, Nilton Ribeiro, informou que apresentará as contradições que apareceram na investigação como principal argumento de defesa do réu. Ele lembrou que o caso foi relatado inicialmente como homicídio e estupro e, posteriormente mudado para latrocínio e atentado violento ao pudor, o que demonstraria falhas no inquérito policial.

O clima nos arredores do Fórum é tranquilo desde o início da manhã, com apenas alguma movimentação de repórteres e fotógrafos. Embora o caso não corra em segredo de Justiça, a sessão é realizada a portas fechadas no Fórum de Matinhos, sem hora para terminar. Segundo funcionários do Fórum, partiu do juiz Rafael Luiz Brasileiro Kanayama a determinação para impedir que imprensa e população acompanhem a audiência, mas o motivo não foi informado. Uma equipe da Polícia Militar (PM) faz a segurança do Fórum, mantendo repórteres, fotógrafos e demais curiosos pra fora do prédio. Segundo a Justiça de Matinhos, dependendo do entendimento do juiz, a audiência pode ser encerrada sem o julgamento, cuja responsabilidade ainda pode ser transferida para o Tribunal do Júri.

Na semana passada, mesmo com autorização judicial, uma entrevista coletiva que seria concedida por Pinto na Casa de Custódia de Curitiba foi cancelada pelo governo. Em um despacho, o secretário de estado da Justiça e Cidadania, Jair Ramos Braga, não permitiu a entrevista. Braga disse, no documento, que a Lei de Execuções Penais "não autoriza que se faça sensacionalismo".

Os crimes

Os crimes aos quais Pinto responde ocorreram no dia 31 de janeiro. Monik e o namorado dela, o estudante Osíris Del Corso, 22 anos, foram baleados no Morro do Boi, no litoral do estado. Corso morreu no local, e, após ser resgatada, Monik relatou à polícia que foi estuprada pelo acusado horas depois dos disparos. No dia 9 de fevereiro, a vítima reconheceu como sendo do assassino uma camiseta amarela que foi encontrada pela polícia perto do local do crime.

Pinto foi preso no balneário de Santa Terezinha, no litoral paranaense, no dia 17 de fevereiro, e a prisão temporária foi convertida em preventiva no dia 11 de março, pela Justiça de Matinhos. A jovem baleada reconheceu o suspeito, mas ele negou as acusações. Já o exame de DNA – feito pelo Instituto de Criminalística – comparando a amostra de sangue encontrada na camiseta do possível criminoso com o sangue de Juarez deu negativo. Dias depois, foi descartada a possibilidade de que a camiseta tivesse relação com o crime. Também foi descartada a suspeita de que Monik tivesse sido estuprada, ela teria apenas sido molestada, segundo a polícia.

Desde então, o suspeito tem sido mantido preso no Complexo Médico Penal, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Juarez foi denunciado pela promotoria da cidade por quatro crimes: latrocínio (roubo seguido de morte), roubo seguido de lesão corporal grave, atentado violento ao pudor e por perigo de contágio de moléstia grave.

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