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Os advogados de defesa de Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, apontado pela polícia como o autor do crime do Morro do Boi, contrataram três peritos criminais particulares para que seja feita uma nova perícia no local em que o fato aconteceu. Juarez Ferreira é acusado de ter matado o estudante Osíris Del Corso, 22 anos, e baleado e molestado a namorada dele, Monik Pergorari de Lima, no dia 31 de janeiro, no balneário Caiobá, no litoral paranaense.

Nesta sexta-feira (6) os peritos já estiveram no local para começar o trabalho. "Queremos fazer um levantamento da região para demonstrar que ele (Juarez) não poderia ter subido lá onde houve o crime", afirmou Nilton Ribeiro, um dos três advogados de defesa do acusado.

Para o advogado, tudo o que foi feito até agora não teve validade nenhuma. "A perícia que foi feita foi unilateral e tendenciosa, sem a presença dos advogados", afirmou Ribeiro. Na segunda-feira (2) o Ministério Público do Paraná (MP-PR)protocolou denúncia contra Juarez Ferreira, que é auxiliar de serviços gerais.

A Promotoria de Justiça de Matinhos denunciou Juarez por latrocínio (roubo seguido de morte), roubo seguido de lesão corporal grave, atentado violento ao pudor e por perigo de contágio de moléstia grave. Ele está preso no Complexo Médico Penal em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. "Ainda não entramos com um pedido de habeas corpus por que não apresentamos a nossa defesa preliminar para a juíza. Eu vou pegar o processo na terça-feira (10) pela manhã. Depois disso terei 10 dias de prazo para fazer a defesa", afirmou o advogado.

Ribeiro argumenta que a versão de Monik sobre o caso não é verdadeira. "Essa perícia que vamos fazer vai mostrar isso. Meu cliente não tem saúde para subir naquele morro", defendeu. Juarez tem hepatite C e aids. "Não estamos falando que não houve o fato, só que é falsa a versão da autoria do delito", disse. Ao ser questionado quanto ao reconhecimento feito pessoalmente por Monik sobre Juarez, Ribeiro atacou a polícia novamente. "Isso não pesa. Foi um reconhecimento falho. Primeiro mostraram uma foto, depois um vídeo. Eles viciaram o fato antes de ele acontecer. Temos provas para dizer que ela foi induzida no depoimento. Ela não tem culpa, sofreu muito. Quando se acalmar tenho certeza que voltará atrás", definiu.

Na próxima semana os peritos particulares vão continuar fazendo o levantamento do local onde houve o crime. Em razão do horário avançado, a reportagem não encontrou ninguém na Secretaria da Segurança Pública do Estado (Sesp) para comentar as declarações do advogado.

Prisão

Juarez foi preso no dia 17 de fevereiro, em um sobrado, no balneário Santa Terezinha, em Pontal do Paraná. Na semana anterior à prisão, a polícia chegou a ouvi-lo na delegacia de Matinhos. Nessa ocasião, Juarez ainda foi fotografado e filmado para ser mostrado depois à vítima. Recuperação

Monik teve alta do hospital no dia 23 de fevereiro desta segunda-feira (23). Apesar de conseguir fazer alguns movimentos nos membros inferiores, a estudante disse que na época estava sem sensibilidade alguma nas pernas e nos pés. A reportagem não conseguiu o contato com a família de Monik para ouvir a opinião deles sobre a estratégia da defesa do acusado de ser o autor do bárbaro crime.

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