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Londrina - A Companhia de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU) começou ontem à tarde a orientar os comerciantes sobre a decisão judicial que proíbe a comercialização das "pulseiras do sexo" em Londrina, no Norte do estado. Os agentes iniciaram o trabalho pelos locais com maior concentração de estabelecimentos que vendem o adereço.

Na quarta-feira, a Vara da In­­fância e Juventude de Londrina determinou a proibição da venda e do uso das pulseiras por adolescentes menores de 18 anos. Na semana passada, uma adolescente de 13 anos teria sido estuprada por quatro jovens, depois de ter uma pulseira arrebentada. Os adereços, populares entre crianças e adolescentes, são coloridos e cada cor possuiria um significado sexual diferente.

Apesar de ter determinado o início da orientação, o presidente da CMTU, Nelson Bran­dão, diz não saber "qual será a eficácia dessa fiscalização". "Uma parcela da população pode continuar comprando a pulseira. Vamos fazer o que foi pedido, mas as multas e cassação de alvarás somente serão possíveis quando houver flagrante da comercialização", disse.

Para a presidente da Comis­são da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná, Marta Tonin, a portaria tem efeito legal, pois ela é respaldada na Lei 8.069 de 13 de julho de 1990, do Esta­tuto da Criança e do Adoles­cente (ECA).

Para a pedagoga Ieda Terra Alves Gomes, diretora educacional do Colégio Londrinense, a pulseira "banaliza a educação sexual". "A educação sexual serve para o adolescente ver o sexo em sua beleza. As pulseirinhas banalizam os relacionamentos e o ato sexual, visto como mecanismo de troca. Isso quebra todos os princípios e valores da boa educação", disse. De acordo com Ieda, justamente porque a criança e o adolescente não têm noção das consequências, educadores e pais devem "ter uma postura firme e esclarecedora".

O colégio já havia tomado ciência dos acessórios e vinha trabalhando com a conscientização dos alunos. "Estávamos conversando e conscientizando. Mas, com esse incidente, cortamos radicalmente." Ieda disse que alguns pais não sabiam do significado das pulseiras. "Muitos pais não sa­­biam do significado, mas al­­guns conheciam e não deram importância."

Para a promotora da Vara da Infância e juventude, Édina Maria de Paula, a falta de educação sexual aguça a curiosidade da criança e do adolescente. "A criança e adolescente aprendem sobre sexo fora de casa, com os colegas na rua. Dessa forma, não avaliam o risco e as consequências de situações como essa."

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