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A secretaria estadual de Saúde (SESA) constituiu uma comissão de auditoria para investigar a qualidade da assistência obstétrica no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. Na semana passada, uma jovem de 17 anos chegou a uma emissora de tevê em Paranaguá já em trabalho de parto após o hospital ter supostamente negado atendimento à mulher, de acordo com a versão da família. A jovem voltou ao hospital, desta vez acompanhada pela imprensa, com fortes dores e pouco mais de uma hora depois o bebê nasceu.

Para a presidente da comissão de estudo sobre Violência de Gênero da OAB-PR, Sandra Lia, a ação é um avanço para inibir que novos abusos aconteçam. "Esta situação é um indício que possam ter irregularidades no hospital e o primeiro passo para descobrir isso é uma investigação. Caso as suspeitas sejam confirmadas, cabe aos órgãos competentes tomar as medidas legais", disse.

A área técnica para o enfrentamento às violências da SESA, fez contato com a 1ª Regional de Saúde para acompanhamento do caso e sugeriu que o mesmo seja discutido no Comitê Interinstitucional do Litoral para Enfrentamento às Violências. Além disso, o serviço social do hospital deve entrar em contato com a mãe para avaliar a necessidade de acompanhamento psicológico.

Após a repercussão do caso pela imprensa, dezenas de mulheres se manifestaram pelas redes sociais, dizendo que também sofreram violências semelhantes no hospital, inclusive pelo mesmo médico. A coordenadora da subcomissão de violência obstétrica da OAB-PR, Sabrina Ferraz, disse que é comum as mulheres sofrerem caladas nesses casos porque está é uma violência banalizada e muitas vezes nem reconhecida pelo próprio agressor. "A grande maioria das mulheres sofre sozinha, mas qualquer tipo de abuso ou arbitrariedade deve ser denunciado. Estamos avaliando a possibilidade de ir à Paranaguá colher relatos de mulheres que se sentiram abusadas. O material recolhido deverá ser encaminhado ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina", disse. A visita da subcomissão da OAB será acompanhada por uma comissão da Assembleia Legislativa do Paraná.

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