A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa informou na noite desta terça-feira (2) que conseguiu "furar" a fila das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) e vai instaurar na próxima quinta-feira (4) uma investigação para apurar as denúncias de abusos na USP.
Na semana passada, 39 assinaturas haviam sido colhidas para que a CPI fosse solicitada - são necessárias no mínimo 32. No entanto, como outras investigações estavam na frente, a CPI só poderia ser instaurada se outras desistissem. Assim, houve um acordo após uma negociação entre os líderes da casa.
Nesta terça, a comissão realizou a terceira audiência pública sobre os casos de abusos da USP, em que compareceram membros do centro acadêmico da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP). Dirigentes da atlética e da direção da instituição não foram à audiência. Ao todo, 13 pessoas foram convidadas.
Simultaneamente à audiência, foi realizada a reunião de colégio de líderes para discutir o futuro das investigações. No final da audiência, as sete CPIs que estavam à frente haviam desistido da prioridade para que os casos de abuso fossem investigados.
EXPECTATIVASA expectativa é que a abertura de uma CPI tenha mais poder que as audiências realizadas até então pela para colher depoimentos. Os não comparecimentos estão sujeitos à condução coercitiva, por força policial. Ela também tem o poder de quebrar sigilos de dados.
"Vamos trabalhar no recesso, sem descanso, e fazer a CPI acontecer", diz o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da comissão. "Temos que produzir fatos agora, concretos, e com investigação".
Segundo o deputado, outras denúncias, ainda não tratadas na audiência, precisam ser melhor apuradas.
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