Comissão espera dados do exterior para investigar contas de Duda Mendonça

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Curitiba – O sub-relator de Movimentação Financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB- PR), entrou ontem com quatro requerimentos, dois ao procurador-geral da República e dois ao Ministério da Justiça, para pedir os dados esperados desde outubro sobre a conta nas Bahamas do publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula. Por essa conta, em nome da empresa de fachada Dusseldorf, foram movimentados R$ 10 milhões em esquema de caixa 2 no Brasil. Naquele mês, a Polícia Federal ficou de repassar os dados ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os disponibilizaria à CPI, o que ainda não ocorreu. A requisição foi reforçada agora com a descoberta da segunda conta do publicitário no exterior com suspeitas de evasão de divisas, divulgada em reportagem na revista Veja.

Gazeta do Povo – A CPI deve enviar parlamentares a Nova Iorque para checar as contas de Duda Mendonça em Miami, como foi antes anunciado?Gustavo Fruet – Decidimos tentar primeiro por meio do governo brasileiro, pelo Departamento de Recuperação de Controle de Ativos Internacionais do Ministério da Justiça. Não tem sentido fazer a viagem sem a garantia de falar com alguém responsável por autorizar a utilização dos dados para efeitos legais.

E as informações sobre a conta da empresa Dusseldorf?Até agora não recebemos os dados pedidos à Polícia Federal. Os requerimentos de ontem foram feitos para deixar claro a urgência e a responsabilidade da investigação.

Por que a demora?Há o receio infundado de que a CPI possa vazar as informações da mesma forma que aconteceu na CPI do Banestado, quando parlamentares passaram à imprensa dados sigilosos recebidos pelos promotores americanos. Mas eles são necessários para seguir os caminhos do "valerioduto".

Quais são os próximos passos da CPI?Entre outras investigações, queremos encerrar os depoimentos dos fundos de pensão. O Neto (deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, PFL-BA) teve dificuldades para chamar alguns representantes das empresas.

A comissão também está alimentando o sistema com dados recebidos em arquivos digitais, um volume de quatro caixas, com informações da quebra de sigilo de contas bancárias. Todo esse conjunto será analisado.