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Especialização - Faltam médicos

Embora a depressão infantil seja reconhecida e discutida pela comunidade médica mundial desde 1968 – há quase 40 anos, portanto –, a especialização no assunto ainda é rara. Em Curitiba, por exemplo, há um único serviço destinado exclusivamente aos problemas psiquiátricos de crianças e adolescentes.

O ambulatório do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná é tocado há um ano pelo psiquiatra Gustavo Dória, um dos raros da cidade que decidiram voltar seu trabalho só para a pediatria. "Atendemos apenas às quintas-feiras, porque é um trabalho que eu faço voluntariamente", conta o médico.

Para executar o serviço, Dória conta com uma equipe de residentes de Medicina e de residentes que já estão se preparando especificamente para a Psiquiatria. "Um dos objetivos de fazer o trabalho no ambulatório é justamente o de convencê-los a se especializar nesta área", diz Dória.

De acordo com o médico, por enquanto o ambulatório tem capacidade para realizar apenas 30 atendimentos por semana, o que é considerado um número pequeno tendo em vista a demanda existente na cidade. O telefone do Centro de Neuropediatria é o (41) 3262-0808.

Técnica da PUCPR combate Mal de Chagas

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) pode representar uma esperança para portadores da Doença de Chagas. Há sete anos, a equipe do laboratório de regeneração tecidual, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da universidade, vem trabalhando em uma técnica que combina o uso de células do músculo esquelético da coxa com células-tronco retiradas da medula com o objetivo de recuperar áreas lesionadas do coração. O procedimento já é feito em pessoas que sofreram enfarte, mas a expectativa é que futuramente possa beneficiar também quem sofre do Mal de Chagas.

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Pais, professores e médicos precisam ficar atentos. Alguns comportamentos considerados como "típicos" dos adolescentes podem na verdade ser sintomas de um problema mais grave: a depressão. Isolamento, irritação e falta de vontade para fazer tudo são considerados sinais de alerta e devem ser investigados se durarem muito tempo. A declaração é feita por especialistas em Psiquiatria e Neurologia que participaram no fim da semana passada da 1.ª Jornada de Neurociência do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná.

O evento, realizado no Canal da Música até sábado, reuniu cerca de 700 profissionais de saúde de todo o país. E o recado foi claro: a depressão na infância e na adolescência é mais comum do que estamos acostumados a pensar. "Os estudos indicam que 17% das pessoas podem ter problemas de depressão antes de chegar aos 18 anos de idade", afirma o psiquiatra Gustavo Dória, chefe do ambulatório de Neuropediatria do HC, em Curitiba.

Um dos grandes problemas da doença, até hoje, é saber identificar os sintomas para poder iniciar um tratamento adequado, já que boa parte do comportamento que ajuda a identificar a depressão é considerada natural em adolescentes. De acordo com os especialistas, os sintomas precisam ser investigados quando duram mais de duas semanas e vão além do que pode ser considerado natural para o período da puberdade.

"É preciso ficar de olho no adolescente que não quer mais sair de casa, não quer encontrar os amigos, fica facilmente irritado", afirma o psiquiatra Sérgio Antoniuk, coordenador do Centro de Neuropediatria. "Principalmente se ele se recusa a fazer as atividades que ele próprio e seus amigos consideram prazerosas", completa o médico. A diferença mais fácil de diferenciar tristeza e depressão, continuam os médicos, está, antes de tudo, na duração do problema. Um fim de semana de mau humor é comum. Meses sem falar com ninguém significam algo a mais.

Isolamento

A estudante curitibana Isabele Miranda, 13 anos, é um exemplo de adolescente que superou a depressão. Três anos atrás, a menina apresentava sinais de timidez excessiva, isolava-se de tudo e de todos e tinha um comportamento excessivamente fechado. Foi a mãe, Sandra, que resolveu levá-la a especialistas para ver o que podia fazer para ajudá-la.

A solução veio quando elas encontraram a neurologista Ana Chrystina de Souza Crippa. Primeiro, a médica tentou uma terapia sem medicamento, mas não conseguiu resolver o caso. O diagnóstico era de ansiedade. A partir daí, Isabele passou a tomar um medicamento específico para o seu caso. Em alguns meses, estava melhor. Hoje, já livre do medicamento, é outra pessoa. "Minha filha agora é extrovertida, tem amigos, nem se compara", diz Sandra, satisfeita com os resultados obtidos. A própria Isabele é a primeira a reconhecer que o tratamento lhe fez bem. "Eu não tinha amigo nenhum, comia demais, não conversava, me sentia mal", conta ela, que agora se sente melhor do que nunca.

Tratamento

Para os médicos, há vários cuidados que devem ser tomados antes de se iniciar um tratamento que inclua medicamentos, como foi feito no caso de Isabele. "Primeiro, é preciso sempre tentar a terapia sem auxílio de remédios", explica Ana Chrystina, a médica de Isabele. "Até porque as crianças em geral respondem pior aos medicamentos do que os adultos", completa Gustavo Dória, do Hospital de Clínicas.

Outro cuidado absolutamente necessário é não confundir problemas da idade com depressão. "É curioso", conta Ana Chrystina. "Alguns pais chegam aqui já pedindo medicamento, mesmo quando não é o caso de dar. Outros resistem à medicação mesmo quando é o caso de usá-la", afirma.

O mais importante de tudo, afirmam os médicos, é que o tratamento para a depressão infantil é considerado eficiente. E, depois de um período de terapia e – quando necessário – de medicamentos, é normal que o paciente volte a ficar bem e supere definitivamente os problemas trazidos pela doença.

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