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A avó materna segura uma foto do menino durante enterro | Edson Silva/Folhapress
A avó materna segura uma foto do menino durante enterro| Foto: Edson Silva/Folhapress

Investigação

Menino não estava frequentando o colégio antes de desaparecer

Agência Estado

Uma semana antes de desaparecer, o menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, já não frequentava o Colégio Lacordare, onde estudava em Ribeirão preto (SP). O afastamento aconteceu por causa do diagnóstico de diabetes que levou a um período de adaptação. A mãe optou por mantê-lo em casa durante um tempo para acompanhá-lo de perto, de acordo com a direção da escola.

No colégio, o menino nunca teria apresentado qualquer sinal de maus-tratos ou se queixado da família. O motivo de ter ficado em casa nos últimos dias antes de sumir seria, principalmente, por causa das doses de insulina que precisava tomar com frequência. Foi justamente ao ir aplicar uma delas que a mãe, a psicóloga Natália Ponte, notou o sumiço do filho, às 7 horas de terça-feira, dia 5.

Ameaça

A psicóloga Natália Mingoni Ponte, mãe de Joaquim, disse ter sido ameaçada pelo padrasto da criança. A declaração foi feita em de­poimento à Polícia Civil de Ribeirão Preto no domingo à noite. Se­gun­do ela, Guilherme Longo a ameaçou de morte quando ela pediu a separação após descobrir que ele tinha voltado a usar drogas.

O corpo do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi enterrado pouco depois das 14h30 de ontem no Cemitério Municipal de São Joaquim da Barra (SP). Sob forte comoção, a cerimônia foi acompanhada por cerca de 500 pessoas, entre parentes e populares. Uma das hipóteses investigadas pela polícia é de que Joaquim, que era diabético e cujo corpo foi encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP), no domingo, teria recebido uma dose excessiva de insulina, o que poderia ter causado a morte, de acordo com o diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior João Osinski Júnior. Ele descartou a hipótese de acidente.

A mãe do menino, a psicóloga Natália Ponte, de 29 anos, e o padrasto, Guilherme Longo, de 28, foram impedidos pela Justiça de acompanhar o velório e o enterro. O casal está preso. No velório, alguns dos presentes ensaiaram gritos de revolta, outros bateram palmas e rezaram. Necropsia feita pelo Instituto Médico-Legal (IML) em Barretos comprovou que Joaquim foi jogado morto no Córrego Tanquinho. O pulmão dele não tinha água, o que descarta a possibilidade da morte por afogamento.

Há informações de que Natália estaria presa na cadeia feminina do Jardim Guanabara, em Franca (SP), e, chorando muito, teria dito a algumas detentas que não teria nada a ver com a morte do filho e que a culpa seria do padrasto. A Justiça decretou na noite deste domingo a prisão temporária de Natália e de Longo. O casal ficará preso por 30 dias.

O caso

No domingo, o dono de um rancho localizou o cadáver e chamou o Corpo de Bombeiros. O menino, segundo a versão do casal, sumiu na madrugada de terça-feira, 5, de dentro de casa, em Ribeirão Preto (SP), onde estaria dormindo. Na residência, no entanto, não havia marcas de arrombamento. Agora, uma das principais hipóteses é de que Joaquim tenha sido jogado no Córrego Tanquinho, que passa perto de sua casa e deságua no Rio Pardo. Como choveu muito durante a semana, o corpo teria sido levado até Barretos. A polícia quer descobrir a "mecânica do crime" a fim de esclarecer o caso.

Desde o início das buscas, a Polícia Civil concentrava os trabalhos no Rio Pardo. A suspeita aumentou após um cão farejador da polícia apontar que o menino teria ido de sua casa até o córrego na companhia do padrasto. Longo defendeu-se dizendo que sempre ia ao córrego com o garoto e que, por isso, a descoberta não queria dizer nada.

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